Trabalhadores cristãos de Espanha e Portugal denunciam que a extrema direita promove políticas contrárias à fraternidade — Noticias Obreras

Os movimentos de trabalhadores cristãos de Espanha e Portugal partilharam um encontro de diálogo e convivência, no qual foram abordados os desafios do mundo do trabalho em ambos os países, o momento histórico do processo sinodal na Igreja, a situação na Europa ou a ascensão do a extrema direita, entre outras questões.

A reunião bilateral do Liga Operativa Católica/Movimento Operário Cristão (LOC/MTC) e o Irmandade Operária da Ação Católica (HOAC), este fim de semana em Plasencia, permitiu o diálogo sobre as preocupações com a crescente desigualdade, o empobrecimento, a falta de trabalho digno e de direitos laborais e sociais em ambos os países, “incerteza que também se estende ao futuro do trabalho imposto pelas novas tecnologias e preconceitos desde tudo isso impede que muitas pessoas tenham uma vida digna”, de acordo com a nota publicada.

Uma parte importante do diálogo centrou-se nos actuais desafios políticos e sociais que os movimentos enfrentam, reafirmando um compromisso renovado com os trabalhadores, especialmente os trabalhadores mais precários, desprivilegiados e empobrecidos. Neste sentido, comprometem-se a priorizar a formação militante “como base da nossa missão; trabalhar para ampliar nossos movimentos e aprofundar nossa encarnação no mundo do trabalho, especialmente com aqueles trabalhadores que estão nos setores menos reconhecidos da sociedade”.

Situação “insuportável” de conflitos de guerra

As duas organizações, representadas pela sua comissão executiva permanente e nacional, destacaram a percepção mútua de que a Igreja vive um momento histórico com o processo sinodal, buscando um maior diálogo com o mundo e comprometendo-se a crescer na proximidade, na simplicidade e no compromisso com a realidade. “Temos esperança nesta mudança que nos levará a uma Igreja mais autêntica e comprometida com o mínimo”, sublinham.

Durante os diálogos da reunião, foi abordada a situação “insuportável” dos conflitos bélicos nas fronteiras da Europa e a normalização do comportamento desumano. Da mesma forma, foi considerado preocupante o aumento das políticas restritivas promovidas pela ascensão da extrema direita “contrária à fraternidade” que geram divisão e ódio. “Diante disto, afirmamos a importância das organizações de bairro, políticas e sindicais que conscientizem, articulem a participação e o compromisso, reafirmando a democracia e o papel fundamental das instituições nela”, afirmam.

Fortalecer a dimensão internacional

Além disso, foi aprofundada a realidade do MTCE e do MMTC, as duas organizações internacionais nas quais participam ativamente, enfatizando a necessidade de reforçar as suas prioridades, fortalecer as relações entre as organizações e ampliar a colaboração com outros atores sociais, sindicais e eclesiásticos. para que “torne-se uma referência para os movimentos operários e cristãos em suas diferentes áreas”.

Durante o encontro houve também a oportunidade de conhecer a experiência de algumas realidades eclesiais como a pastoral do trabalho, que celebra 30 anos na Espanha; a iniciativa Igreja pelo Trabalho Decente (ITD), estendida à grande maioria das dioceses do país; ou a criação de uma associação de bairro num bairro marginalizado. Ao mesmo tempo, foram recebidos pelo bispo de Plasencia, Ernesto Brotons, realizando “um longo diálogo sobre a situação social e eclesial geral e da diocese”.

A troca de experiências e responsabilidades fortalece os laços entre as organizações, estando “mais atentos uns aos outros para melhor cumprir a nossa missão e assim nos comprometemos a cuidar do trabalho para podermos cuidar da vida”, concluem.

Calvin Clayton

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