Toledo reforça laços com Portugal graças a Camões

Toledo e Portugal estão, sem dúvida, intimamente ligados pela história e também pelo rio Tejo. Mas poucos em Toledo sabem que a sua cidade também guarda importantes documentos de um dos mais representativos autores portugueses do século XVI, influenciado por autores castelhanos como Cervantes ou Lope.

A exposição ‘Camoes nos 450 anos da publicação de Los Lusiadas’ é uma das 120 atividades mais importantes do 25º aniversário da Biblioteca de Castilla-La Mancha. Com a exposição, Toledo junta-se a Portugal na celebração dos 450 anos da sua obra-prima, Los Lusiadas, e estreita laços entre eles.

A exposição foi inaugurada na manhã desta quinta-feira, com a presença da Ministra da Educação, Cultura e Desporto, Rosa Ana Rodríguez; o embaixador de Portugal em Espanha, João Mira; a diretora da própria Biblioteca, María Dolores Cristóbal; e Aurelio Vargas Díaz-Toledo, de Toledo, do Departamento de Românico, Francês, Italiano e Estudos de Tradução e Interpretação da Universidade Complutense de Madrid e curador da exposição.

Toledo reforça laços com Portugal graças a CamõesA exposição, na sala Borbón-Lorenzana, fica patente até 15 de janeiro. Tem como tema a figura e a obra de Camões. Expõe cerca de 60 documentos do antigo acervo da Biblioteca de Toledo, todos de enorme interesse e na sua grande maioria desconhecidos do público e da pesquisa.

A figura de Camões. Para explicar a importância de Camões em Portugal, explicou Mira, basta olhar para qualquer ponto do país e ver o seu nome. Tal é a sua importância que tem como feriado nacional o Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas, a 10 de junho, em comemoração da morte do escritor. Camões é também um autor que na sua obra falou do Tejo e das suas ninfas. O projeto expositivo ‘Camoes nos 450 anos da publicação de Los Lusiadas 1572-2022’ tem curadoria de Barbara Fraticelli, diretora do Departamento de Estudos Românicos, Franceses, Italianos e de Tradução e Interpretação da Universidade Complutense de Madrid, bem como por Aurelio Vargas Díaz-Toledo, professor titular desta mesma universidade.

Tem como objetivo destacar a figura e a obra de Luís de Camões, destacando as importantes ligações entre Portugal e a cidade de Toledo, que se intensificaram com a chegada a Toledo da imperatriz Isabel de Portugal em meados do século XVI. São também comemorados os 450 anos da publicação de Los Lusíadas. Ao mesmo tempo, destacou seu diretor, busca divulgar parte do rico acervo da Biblioteca de Castilla-La Mancha, que ajudará a documentar essa estreita relação.

Aurelio Bargas explicou que a exposição se organiza em torno de cinco eixos temáticos, como o contexto histórico e cultural de Camões, as suas fontes, edições e traduções, a sua influência na figura castelhana e, como ponto culminante, a cópia da edição de 1572 do trabalho. É, para ele e para o companheiro Fraticelli, “uma declaração de amor a Portugal”.

Para tal, prevê-se o desenvolvimento de um extenso programa de ações, tendo como ponto central a exposição, acompanhada de um conjunto de conferências e palestras. A conferência inaugural foi proferida por Isabel Almeida, especialista em Camões, e decorreu na Sala de Conferências da Biblioteca, antes e depois da cerimónia de inauguração da exposição. Posteriormente, está prevista a organização de um ciclo de outras conferências com pelo menos duas palestras proferidas por especialistas portugueses.

Para além disso, está a decorrer a edição do catálogo da exposição, que incluirá os aspectos mais marcantes da vida e da obra do autor, tendo em conta as peças da exposição e que será editado por parte do Ministério Serviço de Publicações.

Cedric Schmidt

"Amante de café irritantemente humilde. Especialista em comida. Encrenqueiro apaixonado. Especialista em álcool do mal."

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *