Resultado das eleições em Portugal | gravata técnica




O candidato do Partido Socialista (PS) de PortugalPedro Nuno Santos, concedeu vitória este domingo no Eleições parlamentares à coligação de centro-direita Aliança Democrática (AD) e afirmou que liderará a oposição.

Na ausência de conclusão da contagem dos votos, há um gravata técnica entre ambas as formações, separadas por muito poucos votos e assentos.

Com 99,01% dos votos apurados, o PS obteve 28,66% dos votos (77 assentos) face à AD, que obteve 28,63% dos votos, somando-se aos 0,86% alcançados pelos partidos que integram aquela coligação na Madeira, atingindo 79 assentos.

“Apesar da diferença tangencial entre nós e a AD sem subestimar os votos dos círculos eleitorais das nossas comunidades, tudo indica que o resultado não permitirá ao PS ser o partido mais votado“Santos admitiu na sua aparição num hotel em Lisboa.

Para já, o presidente, Marcelo Rebelo de Sousa, vai iniciar na terça-feira a ronda de consultas para formação de governo com os partidos, que decorrerá até 20 de março.

O Chega, de extrema-direita, quase quadruplica os seus assentos

Como terceira força e grande vencedor da noite é o partido de extrema-direita Chega, liderada por André Ventura, que quase quadruplicou o número de assentos que tinha no Parlamento português. Especificamente, conseguiu obter 46 deputados em comparação com os 12 que obteve nas eleições de 2022.

Num discurso no hotel onde o Chega se instalou para a noite eleitoral, Ventura garantiu que este domingo “O sistema bipartidário acabou em Portugal”.

O líder da extrema-direita destacou que a sua formação ultrapassou um milhão de votos no país pela primeira vez em uma eleição. “Esta é uma vitória que precisa ser ouvida em muitos lugares deste país”, disse ela.

“O Chega é o terceiro partido que obteve mais votos desde 1985 (…) É um resultado novo e vai criar muitos problemas à direita.“, reconheceu também a diretora do Instituto de Ciências Sociais, Marina Costa, na RNE.

Na mesma linha, o presidente do Vox, Santiago Abascal, felicitou os portugueses e o líder do partido Chega pelos resultados. “Parabéns aos nossos vizinhos e amigos portugueses. Parabéns André Ventura por esse excelente resultado”, escreveu na rede social X.

Costa alerta que resultados finais podem demorar dias

O primeiro-ministro cessante de Portugal, o socialista António Costa, afirmou este domingo que a situação está “praticamente empatada” no país e que resultados finais podem levar dias para serem conhecidos.

“Acho que neste momento resultados quase definitivos são menos claros do que as previsões iniciais que vi nos últimos minutos, mas em termos de mandatos há praticamente um empate” entre o PS e a AD, disse.

Costa acrescentou ainda que “em termos de votações há uma proximidade muito grande” e que a única certeza que tem é que o resultado final das eleições provavelmente não será conhecido esta noite, enquanto se aguarda a recepção dos votos dos portugueses que votaram fora do país.

Por seu lado, a diretora do Instituto de Ciências Sociais de Portugal, Marina Costa, lembrou à RNE que Montenegro já disse diversas vezes que não ia aceitar o apoio do Chega.” “Vão tentar formar um governo minoritário e fazer com que o Partido Socialista se abstenha”adicionou.

Cerca de 10,8 milhões de portugueses, 1,5 milhões no estrangeiro, foram às urnas para escolher entre o dois principais candidatos Primeiro-Ministro: o socialista Pedro Nuno Santos, sucessor de Costa, e o conservador Luís Montenegro. As escolas fecharam às 19h00, hora local (20h00 na Espanha continental).

A participação cresce

O participação foi de 51,96% até o meio da tardeuma figura que excede o alcançado no final em todas as eleições parlamentares desde 2015quando a afluência foi de 55,86%, segundo o Ministério da Administração Interna (do Interior).

Os dados – que indicam a participação até às 16h00 locais (17h00 hora peninsular espanhola) de hoje – são superiores aos 48,57% registados no total em 2019 e aos 51,42% em 2022.

Ao longo deste dia, houve apelos dos políticos para que os cidadãos venham exercer o seu direito num país onde a participação não é normalmente elevada.

A votação foi marcada pelo reclamações da coligação conservadora Aliança Democrática, que relatou que alguns eleitores confundiram os seus boletins de voto com o de outro partido com nome semelhante, Alternativa Democrática Nacional, e apelou à Comissão Nacional de Eleições para solicitar um “voto informado”.

Outras forças políticas, como o Partido Socialista e a Alternativa Nacional Democrática, denunciaram que, com estes pedidos, a Aliança Democrática (liderada pelo Partido Social Democrata) aproveitou a oportunidade para prolongar a campanha eleitoral.

Miranda Pearson

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