OEI | Portugal | Notícias

A OEI na Ibero-América > Portugal > Notícias > A importância de promover o multilinguismo na Ibero-América para criar uma comunidade mais unida e justa

18 de agosto de 2023

Secretaria Geral | Portugal

Multilinguismo e Promoção das Línguas Portuguesa e Espanhola

Você sabia que a comunidade de falantes de português e espanhol é composta por cerca de 850 milhões de pessoas? A promoção das línguas é um dos pilares do trabalho da Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura.

Cada vez mais, a OEI está empenhada em fomentar a relação entre o português e o espanhol, principais línguas da Organização, mas também em destacar a importância e o contributo das línguas indígenas para as comunidades. Até 2032, celebraremos a Década Internacional das Línguas Indígenas, instituída pela Nações Unidas. Consciente da importância das línguas para a construção de identidades, a preservação das tradições e o enriquecimento da diversidade, a OEI presta atenção renovada a esta área no biénio 2023-2024.

O Direção Geral do Multilinguismo e Promoção das Línguas Portuguesa e Espanholachefiada pelo Diretor do Escritório do IEO em Portugal, Ana Paula Laborinhotem objetivos claros: contribuir para uma OEI bilíngue, promover a importância da produção de conhecimento em português e espanhol na região ibero-americana, promover as línguas indígenas e destacar sua importância nas comunidades, promover a educação bilíngue como base para o respeito entre culturas e gerar iniciativas de diálogo intercultural baseadas em português e espanhol.

Atualmente, a Direção Geral tem 12 projetos ativos nos quais participam vários países da região. Entre essas iniciativas está a organização do Conferências Internacionais de Língua Portuguesa e Espanhola (CILPE), que servem de mote para refletir sobre a relação entre as línguas, a sua importância na ciência, no desenvolvimento, na comunicação e nas formas de ver o mundo. Fruto de um acordo entre os governos de Portugal e Espanha, também apoia o projeto”Escolas Bilíngues e Interculturais Frontera“, que promove o bilinguismo e a interculturalidade nas zonas fronteiriças entre Portugal e Espanha. O projeto Ateliê Poético Destaca-se também como experiência de criação e encontro colaborativo entre linguagens. Atelier Poético: Residencias en Movimiento tem como objetivo valorizar a criatividade e a diversidade cultural, valorizando os valores entre as diferentes comunidades pertencentes a todo o espaço ibero-americano.

trabalhar para um ciência multilíngue É mais um dos grandes projetos liderados pela OEI. As conclusões do estudo “Desafios da ciência em português e espanhol”, promovido pela Organização e pelo Instituto Real Elcano, identificam alguns dados preocupantes para a região. Em 2020, 84% dos investigadores ibero-americanos negligenciaram as suas línguas maternas, português e espanhol, em favor da publicação dos seus trabalhos em inglês. Apenas 3% dos investigadores portugueses publicaram em português e, no Brasil, apenas 12% dos investigadores decidiram publicar os seus estudos na mesma língua. Este panorama, além de ter consequências negativas para a vitalidade das línguas, afecta também a forma como a realidade se configura. Como diz Ana Paula Laborinho, “escrever ciência numa língua é mais do que isso: é pensar nessa língua; é uma representação cultural do mundo”. Desta forma, a OEI gere projetos que procuram incentivar e apoiar a produção de conhecimento nas línguas da nossa região, bem como a sua divulgação.

Segundo o site lançado pela OEI no CILPE 2022, Idiomas em Números, o espanhol e o português estão entre as dez línguas mais faladas no mundo. Além disso, são a terceira e a quarta línguas mais faladas em organizações internacionais e intergovernamentais, respectivamente. A sua importância no mundo está a aumentar e estima-se que em 2050 haverá cerca de 1,2 mil milhões de falantes destas línguas. Porém, para que estas línguas continuem a estar entre as de maior expressão internacional, os países ibero-americanos devem comprometer-se a investir na educação e na inclusão digital. Segundo o Diretor Geral do Multilinguismo, sem uma presença digital consistente “podemos ter um grande número de falantes, mas não conseguiremos ter uma língua global”.

Miranda Pearson

"Organizador. Introvertido. Fanático certificado pela internet. Beeraholic. Fã de álcool irritantemente humilde."

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *