Enviado dos EUA para reféns visita Venezuela para falar sobre americanos presos: oficial

CARACAS/WASHINGTON, 27 Jun (Reuters) – O enviado norte-americano para Assuntos de Reféns Roger Carstens e o embaixador norte-americano James Story viajaram a Caracas nesta segunda-feira para conversar com autoridades venezuelanas sobre cidadãos norte-americanos detidos lá, disse um porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos.

Uma visita anterior de Carstens em março, como parte de uma delegação de alto nível dos EUA, levou à libertação de dois americanos detidos, mas pelo menos oito prisioneiros americanos permanecem na capital venezuelana.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, revelou a visita de segunda-feira, dizendo que autoridades dos EUA se reuniram com o chefe do congresso controlado pelo governo, Jorge Rodríguez, para continuar as negociações que começaram em março. Mas ele não deu detalhes.

Em março, uma delegação de alto nível dos EUA se reuniu com Maduro no palácio do governo e entre os assuntos discutidos estava o relaxamento das sanções dos EUA, embora nenhum acordo tenha sido alcançado na época.

Essa visita marcou as conversas de mais alto nível dos EUA com Caracas em anos. A Venezuela logo liberou um ex-executivo da Citgo e um cubano-americano e também prometeu retomar as negociações eleitorais no México com a oposição.

Maduro ainda não concordou com uma data para retornar à mesa de negociações, da qual se retirou em outubro apenas dois meses após o início.

Cinco outros executivos da Citgo ainda estão detidos na Venezuela.

Também está sob custódia Matthew Heath, um veterano da Marinha acusado de terrorismo e tráfico de armas. Heath, que negou as acusações, permanece em um hospital venezuelano após o que seu advogado disse ter sido uma tentativa de suicídio cortando seu antebraço esquerdo na semana passada.

Autoridades dos EUA disseram que Heath não foi enviado por Washington e acusaram as autoridades venezuelanas de detê-lo ilegalmente.

Dois outros americanos ainda detidos são ex-membros das forças especiais dos EUA, Luke Denman e Airan Berry, que foram presos em 2020 em conexão com uma operação fracassada destinada a derrubar Maduro.

O porta-voz do Departamento de Estado disse que a última visita a Caracas foi “para discutir o bem-estar e a segurança dos cidadãos norte-americanos na Venezuela”. O funcionário não respondeu imediatamente a uma pergunta sobre se espera-se que algum americano seja libertado durante a última visita.

A delegação norte-americana também teve um encontro com o líder da oposição venezuelana Juan Guaidó, segundo fontes familiarizadas com o caso. Washington reconhece Guaidó como o líder legítimo da Venezuela, tendo rejeitado a reeleição de Maduro em 2018 como uma farsa.

A delegação de março foi liderada por Juan González, o principal assessor para a América Latina do presidente dos EUA, Joe Biden, e também incluiu Carstens e Story, embaixador dos EUA na Venezuela com sede em Bogotá, na vizinha Colômbia.

Essa reunião ocorreu em um momento em que Washington procurava preencher o vazio que logo seria deixado por uma proibição dos EUA às importações de energia da Rússia por causa da invasão da Ucrânia.

Parlamentares republicanos e alguns dos colegas democratas de Biden, que se opõem a qualquer relaxamento da política dos EUA em relação a Maduro, criticaram a abordagem de Washington a Caracas como muito unilateral.

Fontes familiarizadas com o assunto disseram que o petróleo não estava na agenda das negociações de segunda-feira e se limitava a questões humanitárias.

(Reportagem de Matt Spetalnick em Washington e Vivian Sequera em Caracas. Reportagem adicional de Marianna Parraga em Houston.)

Calvin Clayton

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