Como identificar “notícias falsas” no meio de um ano eleitoral desonesto, de acordo com um especialista em alfabetização digital

Em tempos de sobrecarga na mídia, redes sociais e grupos de WhatsApp, María Laura García (autora de El Desafo Digital), destacou uma série de dicas para evitar ser vítima de notícias falsas e, assim, promover o pensamento crítico diante das eleições.

06 de julho de 2023 16.19

As raízes históricas das notícias falsas como ferramenta de radicalização política remontam a milhares de anos. Mesmo na época de Império Romano havia indícios de que estratégias foram usadas para distorcer os fatos para fins eleitorais. No entanto, no atual era digital, Com a influência generalizada da Internet e das mídias sociais, o fenômeno atingiu níveis sem precedentes de amplificação e viralidade.

Especialistas sugerem que o conteúdo falso tem um impacto mais significativo na sociedade do que a informação verdadeira. Essa tendência alarmante é alimentada pela disseminação desenfreada de desinformação e a consequente radicalização da opinião pública. Diante desses desafios, Mara Laura Garcia, fundadora da notícias globais, a principal empresa de medição de comunicação de mídia da América Latinaofereceu conselhos valiosos para ajudar os consumidores a discernir a veracidade dos artigos de notícias:

Avalie a origem da mensagem

É fundamental questionar a origem do conteúdo encontrado em plataformas populares como Instagram, WhatsApp, TikTok, Twitter ou Facebook. Adotar uma abordagem cuidadosa, longe da natureza impulsiva da mídia social, pode transformar radicalmente nossa resposta a notícias desconhecidas. Além disso, devemos ter em mente que as plataformas de mídia social priorizam o entretenimento sobre a precisão das informações. Seus algoritmos visam criar conforto e prolongar o envolvimento do usuário, adaptando o conteúdo audiovisual às nossas preferências individuais.

Avalie a natureza do conteúdo

Os usuários precisam diferenciar entre vários tipos de conteúdo. As opiniões dos especialistas têm mais peso do que as das pessoas que carecem do conhecimento e autoridade necessários. Também é essencial saber se a pessoa que relata os eventos esteve presente no evento ou está apenas repassando informações de segunda mão. Verificar a presença de dados confiáveis, a presença de esforços de pesquisa (como um médico discutindo uma nova vacina ou um jornalista respeitável citando várias fontes) e distinguir entre informações factuais e narrativas ficcionais são etapas críticas.

Reconheça as razões subjacentes

Cada instância de notícia que se torna viral, independentemente de sua precisão, atende aos interesses de certas partes. É fundamental identificar as intenções por trás do conteúdo que consumimos. Essas motivações podem incluir informar, entreter, promover um produto ou incutir uma necessidade específica. Por outro lado, algumas intenções podem envolver confusão, desinformação, destruição de reputação ou ações maliciosas em relação a indivíduos ou causas. Em épocas eleitorais, esses casos tornam-se especialmente frequentes, exigindo maior vigilância. Ao encaminhar vídeos ou notícias, é fundamental estar atento para não validar seu conteúdo inadvertidamente. Relatar e desmascarar informações falsas são responsabilidades vitais.

Cuidado com os deepfakes

É fundamental reconhecer a existência de inúmeras aplicações e ferramentas digitais que permitem a criação e manipulação de conteúdos. O deepfakes, em particular, representam um grande desafio. Essas fabricações usam o Inteligência Artificial (IA) para gerar imagens, áudio ou vídeo fictícios, muitas vezes com intenção maliciosa. Eles podem ser usados ​​para espalhar informações falsas, prejudicar reputações ou manipular a opinião pública. O aumento da vigilância é especialmente crucial durante os períodos eleitorais, quando a disseminação de deepfakes é mais provável.

o desafio digital

Seguindo estas dicas poderemos observar as informações que recebemos de uma perspectiva mais crítica para considerar apenas fatos e verdades: Não devemos perder de vista, principalmente em anos eleitorais, que devido à forma como os algoritmos operam, tendemos a apenas visualizar conteúdo que reforça nossas crenças, excluindo ideias diferentes das nossas, criando assim o contexto ideal para desinformação e manipulação, tanto política quanto midiática. Então, para tomar boas decisões nas urnas e diminuir a gritaria, é importante ser flexível e explorar, explorar e explorar, concluiu o autor.

Calvin Clayton

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