Banqueiro central mexicano aumenta a pressão sobre lei controversa

CIDADE DO MÉXICO (Reuters) – Um segundo membro do banco central do México nomeado pelo presidente Andrés Manuel Lopez Obrador acrescentou neste sábado sua voz às críticas a uma nova lei à qual a autoridade está resistindo como uma ameaça à sua reputação e autonomia.

Na quarta-feira, o Senado do México aprovou o projecto de lei que obrigaria o Banco do México (Banxico) a comprar dinheiro estrangeiro que os bancos comerciais não podem devolver ao seu país de origem.

Os seus defensores dizem que ajudará os mexicanos com pouco acesso ao sistema financeiro, como as famílias migrantes e os trabalhadores do setor hoteleiro pagos em dólares, a descarregarem o seu dinheiro.

Críticos, incluindo o governador do Banco Central, Alejandro Diaz de Leon, dizem que isso poderia forçar o Banxico a absorver dinheiro de gangues de traficantes e manchar seu nome junto às autoridades internacionais.

Jonathan Heath, um dos dois atuais membros do conselho do Banxico nomeados por López Obrador, disse que há muitos argumentos contra a mudança das leis que regem o Banco do México.

“Uma das mais importantes é que não se deve reformar uma lei para favorecer uma única empresa, especialmente com um histórico negativo junto à SEC (Securities and Exchange Commission) nos Estados Unidos”, escreveu Heath no Twitter.

O outro conselheiro do Banxico nomeado por López Obrador, Gerardo Esquivel, já havia criticado o projeto.

Heath não revelou o nome da empresa, mas o seu comentário foi interpretado pelos analistas como uma referência aos interesses do bilionário mexicano Ricardo Salinas, cujo braço bancário Banco Azteca é uma opção usada por muitos mexicanos para trocar dólares.

Mais tarde, Heath retuitou a última capa da revista mexicana Proceso, estampada com uma manchete dizendo que o Movimento de Regeneração Nacional de López Obrador (MORENA), que propôs o projeto de lei, colocou o Banxico a serviço de Salinas.

Os legisladores do MORENA rejeitam isto.

Salinas, um empresário combativo que já entrou em conflito com a SEC, defendeu esta semana a lei monetária em um blog. Um porta-voz de Salinas não quis comentar.

Reportagem de Dave Graham; Edição de Daniel Wallis

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Calvin Clayton

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