O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, garantiu esta sexta-feira que os gémeos brasileiros – também de nacionalidade portuguesa – que foram tratados da atrofia muscular espinhal com um medicamento milionário num hospital de Lisboa, tiveram tratamento como o de qualquer outro cidadão . “Já esclareci tudo o que tive que esclarecer da Presidência da República. (…) Ficou claro que não havia nada que não fosse o respeito pela lei, que não havia nada que não fosse o mesmo tratamento que aplica-se a qualquer outro cidadão”, insistiu num evento em Braga, noticia o ‘Diário de Noticias’. Rebelo de Sousa destacou que o procedimento através do qual as duas meninas conseguiram ser tratadas foi “transparente” e que já entregou os documentos solicitados pela Procuradoria-Geral da República. “No momento em que é comunicado ao Governo, inicia-se um processo em que a Presidência não intervém”, disse. Por seu lado, a mãe dos menores, Daniela Martins, segundo os excertos de uma entrevista que será transmitida esta sexta-feira na RTP – televisão pública portuguesa – disse ter “a impressão” de ter tido “alguma ajuda” tal e como extraiu das conversas que teve no Hospital de Santa Maria. “Tive a impressão, como se dizia nos corredores do Santa Maria, de que recebi alguma ajuda. ” ele disse. . Da mesma forma, revelou que solicitou ajuda “indiretamente” a várias pessoas para tentar agilizar o processo, incluindo a nora do presidente português. “Perguntei a todos. Foi um pedido de ajuda”, disse ela. No início de novembro, a televisão TVI transmitiu uma reportagem denunciando o alegado tratamento favorável que teriam recebido duas irmãs gémeas, com dupla nacionalidade portuguesa e brasileira, que viajaram para Lisboa em 2019 para serem tratadas no Hospital de Santa Maria a atrofia muscular. . espinhal com Zolgensma, medicamento cujo tratamento custa 2 milhões de euros. A reportagem deixa dúvidas sobre Rebelo de Sousa, uma vez que a família dos menores era conhecida do companheiro amoroso do seu filho. O Presidente português negou qualquer tipo de envolvimento pessoal neste assunto, embora a Casa Civil da Presidência tenha intervindo. Num primeiro momento, Rebelo de Sousa negou qualquer envolvimento, reafirmando que estava disponível para testemunhar se necessário. Já nos últimos dias reconheceu que o filho lhe enviou um email comentando o caso e que a partir daí houve troca de mensagens entre ele, o hospital e a Casa Civil da Presidência, embora tenha negado que esta instituição tenha acelerado qualquer procedimento.