Red Sin Fronteras: 15 anos pelo direito de migrar na América Latina

Para celebrar sua história de luta e planejar suas próximas ações em defesa dos direitos dos migrantes e refugiados, a Rede Sem Fronteiras realiza sua Assembleia em Brasília (Brasil) e entrega ao governo brasileiro uma declaração que lança luz sobre os principais desafios para que o ser humano a mobilidade é um direito.

“O modelo econômico imposto à América Latina e ao Caribe é a causa da atual situação económica e social que afecta o continente. O que a tornou a região de mundo que acolhe o maior número per capita de pessoas deslocadas, refugiados, requerentes de asilo ou apátridas: 20 milhões, um quinto do total mundial; e gerado “que as condições de vida dos migrantes são cada vez mais críticas devido à falta de acesso às políticas sociais, produto de um sistema desigual e excludente, onde a pandemia exacerbou as vulnerabilidades”, afirma o comunicado. Declaração Final da Assembleia 15 Anos da Rede Sem Fronteiras, enviado em 8 de novembro deste ano ao Departamento de Migração do Ministério da Justiça do Brasil.

O documento foi elaborado ao longo dos dois dias da Assembleia, 7 e 8 de novembro, e apresenta o contexto atual da mobilidade humana, destacando os principais avanços e desafios para garantir os direitos e a cidadania dos migrantes. .

“Nos últimos cinco anos ocorreram vários avanços dos quais destaco quatro: o Pacto Global para Migração [primer acuerdo de las Naciones Unidas negociado a nivel intergubernamental sobre un enfoque común para gestionar la migración internacional]o Cimeira regional entre a União Europeia (UE) e a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC)lançado em julho e cuja agenda inclui pela primeira vez a questão da imigração, o Reunião de Palenque [realizado en octubre y que abordó soluciones integrales al fenómeno migratorio en la región]e o surgimento do Aliança das Américas,[organización en red transnacional enraizada en las comunidades inmigrantes latinas en los Estados Unidos-Centroamérica]”, explica Aída García Naranjo, presidente da Red Sin Fronteras.

A Declaração também cita a importância dos “Princípios para uma Cidade Acolhedora”, que tem como ponto de partida uma abordagem de direitos integrais, indivisíveis, interdependentes, inalienáveis ​​e progressivos, para exercer plenamente o direito de migrar e de migrar com direitos. “Nossa visita ao Brasil foi fundamental porque vemos que a iniciativa tomada em nível governamental representa o que a Rede de Cidades Acolhedoras representa no país, que é de maior abrangência, com a articulação de 700 cidades brasileiras.”

Através da carta, a Red Sin Fronteras também chama a atenção para o crescimento da crise migratória. “O peso da atenção à emergência humanitária substitui a atenção às causas estruturais. Medidas como vacinas, acesso a abrigos ou habitação, flexibilização de documentação e autorizações de residência ou generalização de asilos e outras respostas têm sido coordenadas em vários países, com o apoio de organizações internacionais, servindo diferentes populações, porém, de forma deficiente, com uma abordagem de bem-estar voltada para as necessidades e não para a garantia de direitos”, argumenta a carta.

> Leia a Declaração Final da Assembleia 15 Anos da Rede Sem Fronteiras


Representantes de organizações da Red Sin Fronteras e aliadas durante cerimônia de entrega da declaração final da Assembleia dos 15 Anos ao governo brasileiro

A migração não é um problema, mas um direito

A Declaração Final foi elaborada durante a “Assembleia dos 15 Anos” com o objetivo de celebrar a trajetória de luta pela promoção dos direitos humanos e pela defesa dos migrantes e refugiados, refletindo sobre o atual contexto da migração na América Latina e nas Caraíbas, Portugal , Espanha e França e elaborar um plano estratégico para os próximos anos.

Patricia Gainza, do Conselho Internacional da Rede Sem Fronteiras, explica que a situação da mobilidade humana na América Latina e no Caribe em termos de direitos humanos retrocedeu. “Há 15 anos havia uma tendência dos nossos governos gerarem um ambiente muito mais favorável para a população imigrante, respeitador dos direitos. Foi uma década em que muitas leis foram alteradas na Argentina, no Uruguai, na Bolívia, no Paraguai, no Brasil – com a Estatuto Estrangeiro [Estatuto del Extranjero] – e em muitos outros países. Agora estamos enredados numa situação de fronteiras fechadas, conflitos graves em diferentes fronteiras”, afirma.

Desde 2008, a Red Sin Fronteras atua na promoção dos direitos humanos, na defesa dos migrantes e refugiados, na sua integração e na garantia do direito à cidadania universal, a partir da construção de alianças entre movimentos sociais e autoridades. , da articulação da diáspora latino-americana, da defesa de políticas de cooperação entre os povos, do desenvolvimento sustentável, da superação das assimetrias, do direito de migrar e de migrar com direitos.

Mais Informações: Rede sem Fronteiras
Leia o declaração final

Miranda Pearson

"Organizador. Introvertido. Fanático certificado pela internet. Beeraholic. Fã de álcool irritantemente humilde."

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *