Portugal endurece as penas para quem disseminar imagens íntimas sem autorização

O Parlamento de Portugal durante uma votação em outubro de 2022 (REUTERS/Pedro Nunes/arquivo)

Ele Parlamento de Portugal endureceram na sexta-feira as penas para quem contribuir para propagar conteúdo íntimo na internet ou outra mídia “difundida” sem consentimentoque pode chegar até cinco anos de prisão.

A conta, um proposta conjunta do socialistas e o conservador psdfoi aprovada com os votos favoráveis ​​de todos os partidos da Câmara, com exceção da Iniciativa Liberal, que se absteve.

O texto estabelece que “quem, sem consentimento, disseminar ou contribuir para a divulgação, por meio da mídia, da internet ou de outros meios de ampla divulgação pública, imagens, fotografias ou gravações que invadam o vida privadaprincipalmente a intimidade da família ou da vida sexual”, será punível com pena de prisão até cinco anos.

Os provedores de serviços de rede devem relatar “imediatamente” ao Ministério Público quando detectarem esses conteúdos e terão 48 horas para bloquear seu acesso.

A proposta busca atualizar a legislação para a realidade atualcom a publicação de conteúdo íntimo na Internet sem consentimento.

É que em tempos de Whatsapp e outras redes sociais, casos de pornografia de vingança o pornografia de vingança (divulgação não consensual em redes e serviços de mensagens instantâneas de imagens íntimas captadas com o consentimento da vítima) e sextorção (a ameaça e extorsão em troca da não divulgação das imagens). Em 80% dos casos as vítimas são mulheres.

Até agora, a lei portuguesa punia simplesmente com prisão até dois anos qualquer multa até 240 dias quem cria, mantém ou utiliza um “arquivo automatizado de dados individualmente identificáveis” referente à vida privada de uma pessoa.

A nova norma também estabelece penas até um ano de prisão ou multa até 240 dias por “interceptação, gravação, gravação, utilização, transmissão ou divulgação” de conversastelefonemas ou e-mails sem consentimento e com a intenção de invadir a vida privada.

Para quem pegar, fotografia, filme, registro qualquer denunciar imagens de pessoas ou objetos em espaços íntimos, ou divulgar fatos relacionados à vida privada ou doença grave de outra pessoa, as penas vão até três anos de prisão.

Esta nova legislação segue-se a outra aprovada pela Assembleia da República em 2019 para Expandir a definição de estupro para todos os tipos de relações sexuais sem consentimentojuntando-se a outros sete países da UE que têm legislação semelhante.

Portugal seguiu os passos da Bélgica, Chipre, Grã-Bretanha, Alemanha, Islândia, Irlanda e Luxemburgo, que aprovaram leis de estupro com base no consentimento.

Segundo a Amnistia Internacional, uma em cada 10 mulheres na UE sofre alguma forma de violência sexual depois dos 15 anos.

(Com informações da EFE e Reuters)

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Darcy Franklin

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