Lisboa, 12 de Maio (EFE).- Portugal e Marrocos deram hoje mais um passo nas suas relações bilaterais para avançar numa associação “estratégica global”, após o encontro conduzido em Lisboa pelos chefes de governo dos dois países.
Ambos “concordaram em elevar as suas relações bilaterais ao nível de uma Associação Estratégica Global” com base no Tratado de Amizade e Cooperação assinado em 1994 e nos instrumentos de cooperação bilateral, segundo a declaração final do encontro.
“Somos dois países charneira entre o Mediterrâneo e o Atlântico, entre a África e a Europa e é por isso que nesta cimeira decidimos elevar o nosso nível de relacionamento ao nível de associação estratégica, para termos uma maior cooperação, não só do ponto de vista das relações entre os nossos povos e as empresas, mas também a nível político, entre os dois governos”, disse o primeiro-ministro português, António Costa.
Costa destacou ainda o compromisso comum de aumentar a comunicação por mar, a capacidade de dar “um contributo decisivo para acelerar o desafio da transição energética” e potenciar a posição geoestratégica “no quadro atlântico”.
Esta associação, segundo o documento final do encontro, “será construída através do reforço de um diálogo político permanente”, com a promoção de visitas de alto nível e acordos bilaterais sobre temas de interesse comum, quer político, quer económico, quer climático.
Juntos, os dois países assinaram uma dezena de acordos em matéria económica, cooperação marítima e turismo, entre outros.
O SAHARA PLANEJADO DURANTE O ENCONTRO
A situação no Saara Ocidental também pairou sobre a reunião de Lisboa.
Na declaração final, Portugal reiterou “o seu apoio ao processo liderado pelas Nações Unidas para uma solução política, justa, duradoura e mutuamente aceitável para as partes”.
Além disso, Portugal “reitera o seu apoio à iniciativa de autonomia marroquina apresentada em 2007, que considera uma proposta realista, séria e credível de solução aprovada no quadro das Nações Unidas”.
Mais incisivo foi o chefe do governo marroquino, Aziz Akhannouch, que, em declarações à imprensa, definiu a guerra como “um conflito artificial”.
“Não posso deixar de agradecer a posição de Portugal, que sempre apoiou a integridade territorial do Reino de Marrocos e pela iniciativa de autogoverno que consideramos uma solução realista para resolver este conflito artificial sobre o Sahara Ocidental”, afirmou.
(c) Agência EFE
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