Em nota emitida de Portugal, onde o presidente Gustavo Petro está planejando uma visita, o presidente lançou novas e duras críticas ao procurador Francisco Barbosa, Ao mesmo tempo, disse aceitar o apelo do Supremo Tribunal para respeitar a independência do Ministério Público.
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“Aceito o apelo do Excelentíssimo Tribunal Superior de Justiça. Respeito e respeitarei a autonomia e independência da Procuradoria-Geral da República e de todos os poderes públicos”, afirmou Petro.
O embate entre Petro e Barbosa nos últimos dias agravou-se ontem quando, da Espanha, o presidente Petro respondeu a uma pergunta de um jornalista, lembrando que como chefe de Estado também era chefe do Ministério Público.
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Anteriormente houve um pronunciamento em que Barbosa indicava que o presidente estava colocando uma lápide para seus funcionários. O chefe do órgão acusador fez referência a denúncias sobre um suposto encobrimento no Ministério Público de uma rede do “clã del Golfo” ligada a homicídios e desaparecimentos. Petro havia postado essas versões em sua conta no Twitter dias atrás.
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A declaração de Petro sobre a suposta subordinação do Ministério Público gerou forte polêmica pelo alcance dessa interpretação e pela resposta de Barbosa. “Gustavo Petro foi eleito presidente da República, não um ditador na Colômbia”, disse. Em seguida, anunciou que levará o ocorrido aos órgãos internacionais; No final da tarde, ele alertou sobre os riscos à sua segurança e disse que sua família deixaria o país por esse motivo.
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No pronunciamento deste sábado, Petro diz que “é verdade que, em termos gerais, o Ministério Público não está subordinado a nenhum funcionário, mas está subordinado à Constituição e à lei”.
E acrescenta: “em situações como esta, em que o Procurador-Geral da República dá explicações vagas às questões graves e gravíssimas colocadas por um jornalista, e que, a serem verdadeiras, poriam em risco a ordem pública e o quadro institucional da Justiça, Você não está apenas desrespeitando o Presidente, mas está violando a Constituição“.
Petro finalizou ressaltando que acatou o chamado do Supremo Tribunal de Justiça, que ontem emitiu outro pronunciamento no qual pedia “bom senso, respeito e sanidade que devem prevalecer no âmbito do princípio da colaboração harmoniosa que rege os poderes públicos”.
Além do pronunciamento da Corte, Juan Pappier, vice-diretor interino da Divisão das Américas da Human Rights Watch, descreveu ontem as declarações do presidente como “preocupantes”.
“De acordo com a Constituição Política de 1991, o Ministério Público faz parte do Poder Judiciário e, portanto, é independente do Executivo”, escreveu.
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Por fim, no pronunciamento deste sábado, Petro disse que vai respeitar a autonomia do Ministério Público e dos demais ramos do poder público, mas, ao mesmo tempo, não vai ficar calado diante das denúncias.
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*Com informações da Justiça
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