A justiça portuguesa realizou incursões e prendeu o rabino do Porto no âmbito de uma investigação sobre a naturalização de descendentes de judeus de que beneficiou o bilionário russo Roman Abramovich, proprietário do Chelsea em Inglaterra, anunciaram sexta-feira as autoridades.
A investigação estuda fatos “suscetíveis de constituir crimes de tráfico de influência, corrupção ativa, falsificação de documentos, lavagem de dinheiro” ou “fraude fiscal”, disse a promotoria em comunicado.
Daniel Litvak, rabino-chefe do Porto, foi preso quinta-feira naquela cidade do norte de Portugal quando se preparava para viajar para Israel, segundo a mídia local.
Neste sábado ele deve comparecer perante um juiz que decidirá as medidas de controle judicial que serão aplicadas a ele.
A justiça portuguesa abriu em janeiro passado uma investigação sobre o processo de naturalização de Roman Abramovich, proprietário do clube de futebol londrino Chelsea, que obteve a nacionalidade em abril de 2021.
O bilionário russo se beneficiou de uma lei que permite que descendentes de judeus sefarditas, perseguidos e expulsos no final do século XV, obtenham a nacionalidade portuguesa.
Para tal, as comunidades judaicas do Porto ou de Lisboa devem fornecer um certificado de ascendência judaica do requerente. As autoridades suspeitam que os responsáveis por estas comunidades entregaram certidões falsas, segundo um comunicado da comunidade judaica do Porto, que rejeita estas acusações.
Outros pedidos de naturalização, como o apresentado por Patrick Drahi, proprietário e fundador do grupo de telecomunicações e mídia Altice, também estão sendo investigados, segundo o comunicado.
Desde que a lei entrou em vigor há sete anos, mais de 137.000 petições foram apresentadas. pedidos de nacionalidade. Segundo dados da comunidade israelense do Porto, mais de 56.000 descendentes de judeus sefarditas a obtiveram.
Mais sanções
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, anunciou na sexta-feira novas sanções contra os oligarcas russos, incluindo Roman Abramovich, em retaliação à invasão da Ucrânia por Moscou.
“Hoje anunciamos sanções contra cinco outras pessoas, incluindo Roman AbramovichTrudeau a repórteres em Varsóvia após uma viagem de seis dias pela Europa.
“Essas pessoas não poderão fazer negócios no Canadá e seus bens serão congelados”, acrescentou o primeiro-ministro.
Os cinco oligarcas são atuais e ex-altos funcionários e associados do governo do presidente Vladimir Putin, considerados pelo Canadá como “cúmplices da decisão … de invadir um país pacífico e soberano”, segundo um comunicado do gabinete do primeiro-ministro. Canadense.
O Canadá é o segundo país a sancionar Roman Abramovich, depois que o Reino Unido o fez na quinta-feira.
Abramovich é acionista da multinacional britânica Evraz, que administra,siderúrgicas no centro do Canadá, nas províncias de Saskatchewan e Alberta.
Trudeau já havia anunciado sanções a 32 empresas militares russas na sexta-feira.
Essas medidas se somam às inúmeras sanções adotadas pelo governo canadense desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro.
Na Polónia, o primeiro-ministro anunciou ainda um fundo de 50 milhões de dólares canadianos (39,3 milhões de dólares americanos) em ajuda humanitária e 117 milhões (92 milhões de dólares americanos) para a implementação de medidas migratórias destinadas a acolher no Canadá refugiados ucranianos que fogem da guerra.
Com informações da AFP.
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