O rendimento real das famílias está próximo dos níveis de 2007, mas já dá sinais de esgotamento

O rendimento real per capita das famílias espanholas começou a perder força após dois trimestres de forte crescimento. O rendimento real registado no segundo trimestre de 2023 regista um aumento de 0,37% face aos três meses anteriores, atingindo os níveis máximos alcançados em 2007, pouco antes de a crise imobiliária atingir com especial intensidade a economia espanhola. No entanto, o aumento em Espanha foi inferior à média de 0,5% desfrutada pela Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) como um todo. conforme relatado pela agência sistema econômico que reúne economias avançadas.

O aumento do rendimento disponível real per capita em Espanha no segundo trimestre de 2023 representa o terceiro aumento consecutivo, no entanto, importa referir que o crescimento deste indicador começou a perder dinamismo significativamente.


O aumento de 0,37% surge após crescimento de 1,81% no primeiro trimestre e de 5,11% no último trimestre de 2022. O rendimento disponível real das famílias depende de fatores como inflação (quanto maior, pior)a evolução dos rendimentos (salários, juros…) e dos impostos.


A Espanha foi um dos países onde a inflação moderou primeiro dentro da OCDE, o que permitiu que o rendimento disponível real melhorasse de forma relativamente rápida. Contudo, este processo poderá ser revertido nos próximos trimestres, à medida que a inflação se mantenha nos níveis atuais e o crescimento da renda comece a sofrer o impacto da desaceleração.


No entanto, este indicador publicado pela OCDE permanece ligeiramente abaixo dos níveis de 2007. Outro país que não conseguiu recuperar os níveis de então é a Itália, que sofreu uma queda no rendimento disponível real das famílias durante dois trimestres consecutivos.


A economia perde impulso


Este aumento moderado ocorre num contexto de crescente incerteza na economia espanhola. Tanto os PMI como os dados mais recentes do PIB mostram que a economia está a perder dinamismo em linha com o resto dos países da zona euro. As exportações parecem estar a sofrer o maior “golpe” até à data, em resultado da estagnação dos principais parceiros comerciais de Espanha.


No conjunto da OCDE, o rendimento disponível real das famílias aumentou 0,5% no segundo trimestre, após um aumento de 1,4% nos três meses anteriores, acumulando assim quatro trimestres positivos consecutivos.


Apesar do aumento global, o quadro foi misto entre os países da OCDE, uma vez que dos 21 países para os quais existem dados disponíveis, onze registaram um aumento no segundo trimestre, enquanto dez registaram uma queda.


O maior aumento do rendimento disponível real per capita foi observado em Hungria (+2,98%) à medida que as pressões inflacionárias diminuemà frente de Portugal (1,53%) e da Bélgica (1,49%), enquanto as quedas mais profundas foram registadas na Polónia (-3,40%) e na Áustria (-2,85%).




Miranda Pearson

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