O navio de pesquisa ‘Hespérides’ retorna a Cartagena após completar sua missão científica na Antártica – Espanha

Na manhã de sábado, 20 de maio, o navio de pesquisa oceanográfica (BIO) ‘Hespérides’ retornou à sua base no Arsenal de Cartagena, dando o toque final à sua XXVII Campanha Antártica.

Essa implantação começou em 11 de novembro e, desde então, o navio já percorreu mais de 26.000 milhas náuticas – distância equivalente a uma volta ao mundo – realizando uma série de projetos de pesquisa científica multidisciplinar no Oceano Atlântico e, sobretudo, em águas do o Oceano Glacial Antártico abaixo do paralelo 60º S, onde combinou suas missões puramente científicas com tarefas logísticas de apoio às Bases Antárticas Espanholas (BAEs).

Nestes 190 dias de implantação, o navio fez escala nos portos sul-americanos de Mar del Plata e Ushuaia (Argentina), Punta Arenas (Chile) e Montevidéu (Uruguai), antes de fazer uma última parada em Funchal (Portugal) antes de sua retorno a Cartagena.

XXVII CAMPANHA ANTÁRTICA

O trabalho da embarcação oceanográfica da Marinha no Continente Gelado foi enquadrado na XXXVI Campanha Antártica Espanhola, um investimento em I+D+i que surge da cooperação de diferentes Ministérios, Universidades e Instituições científicas públicas e privadas.

Todas essas atividades são coordenadas pelo Ministério da Ciência e Inovação através do Comitê Polar Espanhol (CPE).

Depois de deixar Cartagena em 11 de novembro e fazer escala por motivos logísticos em Mar del Plata, os Hespérides pararam em Punta Arenas para pegar as tripulações dos BAEs ‘Juan Carlos I’ e ‘Gabriel de Castilla’, pertencentes, respectivamente, ao CSIC e o Exército.

Com eles a bordo, o navio rumou à Antártica para proceder à abertura de ambas as estações e assim iniciar os projetos científicos nelas programados durante o verão austral. Posteriormente, o navio combinaria a sua atividade eminentemente científica com as tarefas logísticas que dotam ambas as bases científicas de pessoal, material e todos os insumos necessários ao seu funcionamento.

Os projetos científicos a bordo na Antártica ocorreram entre os meses de janeiro e março. Em primeiro lugar, foi realizada uma campanha científica multidisciplinar conjunta que integrou cinco projetos de investigação pertencentes a diferentes Universidades e Institutos nacionais e estrangeiros.

Durante sua apresentação, as ‘Hespérides’ percorreram toda a costa oeste da Península Antártica até a Baía Margarita, mais ao sul do Círculo Antártico.

Posteriormente, entre fevereiro e março, levou a cabo o projeto ‘Mudança Polar’, dirigido pelo CSIC e que integrou um grupo multinacional de investigadores com o objetivo de analisar todos os processos associados ao ciclo hídrico e glaciológico na Antártica, materializados no mar águas. de Bellingshausen e do Mar de Weddell.

A atividade na Antártica terminou na segunda quinzena de março, quando os Hespérides se comprometeram a fechar os dois BAEs e repatriar suas tripulações por Ushuaia (Argentina), concluindo assim a Campanha Antártica Espanhola.

Uma vez fora da Antártica, o navio realizou o SAGA REC, último projeto desta implantação em águas atlânticas entre Montevidéu (Uruguai) e Funchal (Portugal). Após sua conclusão, as Hespérides começaram seu retorno à sua base em Cartagena.

No total, o navio realizou sete projetos de pesquisa a bordo, realizando seis períodos de apoio logístico aos BAEs e recebendo a bordo 193 cientistas de 20 nacionalidades diferentes em seus esforços.

SOBRE O NAVIO DE PESQUISAS OCEANOGRÁFICAS “HESPÉRIDES”

O ‘Hespérides’, classificado como Infraestrutura Técnico-Científica Singular (ICTS), é a única embarcação oceanográfica espanhola projetada para realizar pesquisas científicas multidisciplinares em todos os mares e oceanos do planeta.

Possui uma tripulação de 57 pessoas, sob o comando do Comandante Rafael Aguirre Pastor, e tem capacidade para acomodar até 37 cientistas e técnicos. Ela tem um comprimento de 82,5 metros e um deslocamento de 2.830 toneladas a plena carga.

Seu alcance é de 12.000 milhas a 12 nós e pode operar por até 60 dias sem a necessidade de reabastecimento. Possui um total de 11 laboratórios equipados, distribuídos por mais de 350 m2 dedicados exclusivamente à investigação.

O navio é feito com casco de aço de alta resistência, com quilha reforçada para operar entre gelo. Ela é certificada como embarcação polar classe “C” pela Organização Marítima Internacional.

A embarcação oceanográfica da Marinha integra a Força de Acção Marítima (FAM) que, no seio da Esquadra, tem por missão assegurar a cooperação permanente com os vários órgãos da Administração com competências no domínio marítimo, o que constitui o contributo da Marinha para a Acção do Estado no Mar.

Este navio colabora estreitamente na gestão científica das suas campanhas com o Ministério da Ciência e Inovação, contribuindo para a ação do Estado através do Conselho Superior de Investigação Científica (CSIC).

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Darcy Franklin

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