Sábado, 28 de outubro de 2023, 05:00
A disponibilização de novos terrenos industriais é uma prioridade para Ciudad Rodrigo?
—Claro que é, sendo uma das principais ações que estamos trabalhando na Câmara Municipal. Temos que estar conscientes de que um local tão próximo da fronteira deve ser um local de oportunidades. Cada vez mais empresas questionam sobre a oferta de terrenos industriais. Existem duas formas de atingir este objetivo: a municipal, com o futuro Parque Industrial TERRALBA, e a regional: com a expansão do Parque Industrial LAS VIÑAS.
Como você vai crescer nessa área?
—Estou convencido de que com mais terrenos industriais seremos uma referência em toda a fronteira entre Espanha e Portugal. Cada vez mais empresas relacionadas com o lítio, o hidrogénio verde e também a produção de carne estão a fazer perguntas. Algum projeto já está sendo desenvolvido. Não há mais projetos em discussão devido à escassez de terrenos industriais. As capitais fronteiriças e regionais entre Espanha e Portugal devem ser dotadas de terrenos industriais. Zamora e Salamanca devem ser abertas industrialmente a Portugal, e o Centro de Portugal a estas duas províncias.
O que isso significará para a cidade?
—O oxigênio fundamental para os problemas de despovoamento e falta de oportunidades. Ninguém tem uma varinha mágica, mas reforçando as estruturas turísticas como estamos a fazer e posicionando Ciudad Rodrigo como um local interessante a nível industrial, poderemos colocar barreiras ao fenómeno do despovoamento. As administrações públicas não criam empresas, mas somos obrigados a criar as condições para que possam ser criadas. Sem terrenos industriais não há possibilidade.
Em que momento estão as obras anteriores à construção do Parque Industrial “Las Viñas II”?
—Numa fase de repensar o investimento e o benefício esperado. Estão a ser tomadas medidas pela Administração autónoma, a Junta de Castela e Leão. Da Câmara Municipal colocamos sobre a mesa uma extensão de Las Viñas 1. Talvez seja a opção mais realista e com menos custos.
Para que servirá esse novo espaço?
—A todos os tipos de investimento e atividade económica. Mas devemos estar atentos às empresas que podem instalar-se no nosso território, intimamente relacionadas com a logística e especialmente com o sector agrícola e pecuário. Temos uma área onde o gado representa muito, uma das principais regiões em quantidade de gado. O ideal é garantir que a transformação também permaneça em uma parte da área, pois isso gerará empregos.
Considera urgente desenvolver terrenos industriais para fazer da cidade um ponto intermédio entre os portos de Portugal e Salamanca?
—A ferrovia entre Salamanca e Fuentes de Oñoro está sendo eletrificada. Esta deve ser uma grande oportunidade. Por aqui passará o Corredor Atlântico Norte, e Ciudad Rodrigo não deve ver o trem passar, mas sim o trem deve parar em Ciudad Rodrigo. Com a Guarda estamos a ter muita sintonia neste aspecto, pelo que Ciudad Rodrigo é também uma posição intermédia entre o Porto e Salamanca, os dois grandes centros de referência.
É necessário melhorar as comunicações ferroviárias com Portugal?
—Eles poderiam ser feitos amanhã com trens a diesel. Seria muito bom se conseguíssemos garantir que Ciudad Rodrigo, do lado espanhol, estivesse mais ligada a Madrid com este tipo de comboios. Também com a Guarda e com Coimbra. O desenvolvimento ferroviário é fundamental para os nossos territórios e fala-se muito do Corredor Atlântico como passagem de mercadorias e menos de pessoas. Neste sentido, pedimos ao Governo de Espanha que o comboio pare em Ciudad Rodrigo e seja uma paragem de pessoas e mercadorias na ligação Espanha-Portugal.
Que projetos europeus tem Ciudad Rodrigo em curso?
—Temos um projeto técnico de dois conectores (passarelas) e outro projeto de acondicionamento da Alameda de la Moretona para a valorização ambiental e recreativa das margens do rio Águeda e a adaptação climática do município de Ciudad Rodrigo, financiado com Fundos Interreg e sob a proteção da Cencyl Cities Network.
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