Como funciona o circuito ilegal de garimpo nos rios amazônicos?

Quando o diarista britânico Dom Phillips e o indígena brasileiro Bruno Pereira foram assassinados há pouco mais de um ano, um grupo de diaristas se reuniu para dar continuidade ao trabalho de divulgação de informações e combate às ameaças de destruição da floresta amazônica, com consequências para todo o planeta. . Coordenados pelo consórcio internacional Forbidden Stories, 50 repórteres de dez países e 16 instituições trabalharão durante um ano para concretizar o “Projeto Bruno e Dom”.

A exploração ilegal de ouro foi uma das maiores preocupações de Dom e Bruno e foi uma das maiores reportagens que chegaram à SIC e ao Expresso, em colaboração com o site de jornalismo independente “Amazónia Real”, no estado de Rondónia e no rio Madeira, zona de confronto entre garimpeiros e policiais brasileiros. Com imagens nunca antes divulgadas em Portugal, mostramos como vivemos, trabalhamos e nos divertimos com os homens e mulheres que extraem ouro da fazenda fluvial, usam o mercúrio para transformar as brilhantes faíscas em pepitas, que levamos para as grandes cidades e depois para a Europa .

Uma empresa sugere que contribuiu para a destruição da natureza e para o desenvolvimento do circuito do crime. Um percurso que passa pela capital Rondónia, pelo interior da mata e pela cidade de Manaus. O que revela como sobrevivemos aos garimpeiros, à tentativa de combate da polícia, à conivência do poder público que permite o desenvolvimento de atividades ilegais e à resistência dos ativistas que veem as duas pessoas originárias.

Resistentes como Txai Suruí, jovem indígena que assumiu a tarefa de defender a tradição de seu país. Um líder que já falou em camarotes para grandes políticos mundiais em defesa da floresta amazônica, ou para sua mãe Neidinha, fundadora da ONG Kanindéque trabalha junto das populações afetadas pela destruição causada pela poluição de dois rios no estado de Rondónia.

Mas também vivo da pesca ilegal, como a Flávia Borges, que cozinha em jangada e é dona de um barco pesqueiro. Mãe e avó, ela trabalha do amanhecer ao anoitecer para colher meio dez gramas por dia do ouro da fazenda do Rio Madeira. Ou D. Selma, que Selma, que sonhava em ser garimpeira, teve um barco explodido pela Polícia Federal e promete abandonar o garimpo porque ela, diz ela, “não nasceu para ser caçada”.

Uma história marcada pela crise económica, em que o bem e o mal se misturam, mas em que a natureza sempre se perderá. A grandiosidade da floresta amazônica vista de dentro do rio Madeira, ameaçada pela pesca ilegal, tem efeitos nocivos ao meio ambiente e à população que só foram explicados por Wanderley Bastos, biólogo que estuda a pesca fluvial no rio Madeira há mais tempo.

Um emaranhado brasileiro que depende da defesa feita por políticos como o vereador Marcelo Reis, também ex-garimpeiro, ou o secretário de Estado do Desenvolvimento Ambiental, Marco António Ribeiro de Menezes Lagos, para que a protecção da natureza não possa ser colocada em enfrentando o crescimento económico.

Uma Ótima reportagem inédito, que leva o espectador a locais de difícil acesso e revela a complexidade e os objetivos do desenho da proteção da floresta amazônica.

Raven Carlson

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