Lisboa, 12 Nov. Centenas de pessoas manifestaram-se hoje em Lisboa na Marcha pelo Clima e invadiram um edifício onde se encontrava o ministro da Economia, António Costa Silva, para exigir a sua demissão.

Os manifestantes entraram na sede da Associação dos Contabilistas onde decorria uma reunião em que o ministro participou, lançando slogans como “Fora Costa Silva”.

O protesto, organizado pela organização ambientalista Zero, entre outras, terminou sem incidentes quando os ativistas se retiraram em meio a uma forte força policial.

INTERVENÇÃO POLICIAL CONTROVERSA

A marcha de hoje surge na sequência do incidente registado na noite de sexta-feira, quando a polícia deteve quatro jovens que protestavam contra as alterações climáticas na Universidade de Lisboa durante uma operação interrogada por ativistas.

“Apenas foi utilizada a força estritamente necessária”, disse hoje a Polícia de Segurança Pública (PSP) em comunicado.

Os jovens, com idades compreendidas entre os 19 e os 24 anos, foram detidos por desobediência à ordem de dispersão, acrescentou a PSP, que confirmou que a polícia foi notificada pela direção da Faculdade de Letras da universidade.

A detenção tem suscitado críticas em Portugal, como a de Catarina Martins, líder do Bloco de Esquerda, que considerou hoje que a Universidade deveria dar explicações sobre a intervenção policial.

“A direção da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa solicitou a intervenção da polícia para separar os estudantes que lutam pelo clima? Se alguém se esqueceu dos princípios básicos da democracia, não foram os estudantes”, afirmou em mensagem em sua conta no Twitter.

Os quatro jovens – que foram soltos posteriormente – faziam parte de um grupo de nove integrantes do movimento estudantil “Acabe com o fóssil: ocupe” e se amarraram a canos de PVC na universidade.

Ao longo da semana têm ocorrido vários protestos em Portugal coincidindo com a Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP27) que se realiza no Egito.