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Lula diz que está pronto para voltar ao poder apesar de muitos acreditarem que ele está “morto”
São Paulo, 20 ago (EFE) .- O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, favorito para as eleições de outubro no Brasil, reuniu uma multidão em São Paulo no primeiro sábado da campanha e disse estar pronto para voltar ao poder, apesar do fato de que muitos “acreditaram que ele estava morto”. Lula reuniu milhares de pessoas no Vale do Anhangabaú, área popular da capital paulista, quase ao mesmo tempo em que o presidente Jair Bolsonaro, líder da extrema direita que aspira à reeleição, visitava o quartel onde estava treinado como soldado. . No Vale do Anhangabaú, local de alto simbolismo político, já que em 1984 foi palco da maior manifestação vista no Brasil contra a última ditadura militar (1964-1985), Lula foi ampliado e garantiu que está pronto para vencer o eleições. “Tinha muita gente que acreditava que Lula estava morto, que acreditava que a esquerda estava morta”, mas “estamos aqui para dizer que todas as nossas ideias estão vivas, que queremos democracia, salários dignos, educação” e “que estamos vai ganhar estas eleições”, afirmou. “PREPARE-SE BOLSONARO”. Apoiado pela torcida e pelas pesquisas, que por unanimidade atribuem a ele 45% das intenções de voto contra os 30% que Bolsonaro obteria, Lula enviou uma mensagem direta ao atual presidente, de quem disse que “o povo está cansado” . “Bolsonaro esteja preparado. Não tenha medo de Lula, porque serão as pessoas que vão tirá-lo da Presidência”, disse em discurso de quase uma hora, no qual colocou o ponto fraco no crescimento de abismos sociais durante a gestão de extrema-direita. “Hoje há 33 milhões de pessoas que não têm o que comer” no Brasil, país que “é um dos maiores produtores de alimentos do mundo e isso não tem explicação”, declarou Lula, citando relatórios recentes que mostraram às pessoas “procurando ossos” no lixo. “Governar é cuidar das pessoas” e “principalmente dos mais necessitados”, não “propaganda de armas e violência”, disse Lula, apoiado por líderes dos nove partidos que aderiram à ampla frente progressista que apoia sua candidatura. Ele também respondeu indiretamente às mentiras espalhadas nas redes sociais, atribuídas a grupos bolsonaristas e que asseguram que, em caso de vitória, Lula pretende fechar as igrejas. “Essa questão religiosa está tão na moda agora. Há muita ‘fake news’ religiosa e muito diabo sendo tratado como Deus e muito diabo fazendo das igrejas uma tribuna política”, disse Lula, observando que “o igreja não pode ter político de partido nem cuidar dos falsos profetas e fariseus que enganam o povo de Deus BOLSONARO REFORÇA SEU TALENTO MILITAR Bolsonaro, capitão da Reserva do Exército, também foi aplaudido por centenas de pessoas que passaram em um comboio de motocicletas o quartel-general da Academia Agulhas Negras, quartel onde treinou como cadete. O presidente permaneceu cerca de uma hora cumprimentando seus seguidores junto com outros soldados, incluindo o general Walter Braga Netto, que o acompanha nestas eleições como candidato a vice Assim como nas eleições de 2018, que o levaram ao poder, a extrema-direita acentuou sua visão militar nesta campanha, que está diretamente ligada à “agenda conservadora” que ele propõe s para o país, que sintetiza no lema “Deus, Pátria e família”. No quartel, ele liderou uma cerimônia de formatura para novos cadetes, a quem pediu que “dassem a vida pelo país”, e evitou contato com jornalistas. A campanha eleitoral no Brasil tomou as ruas de todo o país na última terça-feira e um de seus pontos mais quentes está previsto para o próximo dia 28, quando será realizado o primeiro dos debates organizados pela mídia. Será a primeira oportunidade de Lula e Bolsonaro trocarem ideias frente a frente, em um debate em que haverá outros quatro candidatos: o candidato trabalhista Ciro Gomes, o liberal Luiz Felipe d’Avila, o de direita Soraya Thronicke e a centrista Simone Tebet. (c) Agência EFE
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