Arguidos queria “bons materiais”, “boa vida” e cargos “com potencial”, revelam declarações da PJ – Executive Digest

As investigações da PJ durante os últimos anos da Operação Tempestade Perfeita, que apura as suas suspeitas de participação num esquema de corrupção ligado a obras em quartéis e outras instalações militares, incluindo a reabilitação do Hospital Militar de Belém, revelam que os arguidos procuram acusação na Administração Pública que garantimos um bom salário e que temos “potencial” para assegurar bons negócios.

Por exemplo, Francisco Marques, diretor de Infraestruturas e Serviços Patrimoniais, foi nomeado em setembro de 2021, segundo ao Público, em conversa com Paulo Branco, que era diretor de Gestão Financeira e Serviços de Apoio, para dizer: “Basicamente é ap* **. Obviamente, quero ser o melhor material, sentir minha vida viva.” Ele é acusado, assim como Branco, de crimes de corrupção, suborno e falsificação de documentos.

Após a sua demissão, Paulo Branco esteve na Direção-Geral de Finanças e Tesouro, graças a Miguel Santos, diretor-geral adjunto, que foi a sua rede de contactos, apesar de a PJ ainda não ter encontrado qualquer vestígio oficial deste cargo. Os investigadores comprovam que, nesta organização, se preparava para dar continuidade ao esquema de atribuição de empresas e serviços a empresários da sua confiança, que após retribuíssem os favores.

Noutra conversa, no mesmo dia, Paulo Branco disse que a Direção-Geral do Tesouro “tem potencial”.

O grupo esteve prestes a perder influência no Ministério da Defesa, com a saída de Alberto Coelho, principal arquitecto do processo, da Direcção Geral de Recursos de Defesa da ETI, empresa que integra a holding IDD-Portugal Defesa, da Indústrias de Defesa, e com a missão de Paulo Branco.

Contudo, para a Direção-Geral de Finanças e do Tesouro, outra alternativa seriam os cargos que poderíamos ocupar com a mudança de funções das atuais autárquicas de 2021.

Diz Paulo Branco, quando soube que queria um lugar de
“presidente de qualquer empresa”, como a ETI, ou um cargo em organizações como a ESA – Agência Espacial Europeia, na NATO, ou qualquer outra que valha “12 mil euros” de salário.

“Em terceiro lugar, não quero nada mais do que petróleo, sou o diretor-geral de qualquer m****”, diz nas conversas intercedidas.

Já Francisco Marques foi encorajado a gabar-se de ter conseguido uma “boa coisinha”, referindo-se a um cargo na Agência Nacional para a Qualificação e Formação Profissional.

Raven Carlson

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