A luta contra o populismo e as “ameaças à democracia” são o foco do…

A luta contra o populismo e as “ameaças à democracia” através de medidas de combate à “desinformação” foram os principais temas abordados pelos representantes dos Parlamentos da Eslovénia, Suécia, Portugal e Croácia durante a sessão ‘A defesa dos valores europeus e das instituições democráticas frente aos novos desafios e ameaças da Democracia’ no âmbito da cimeira europeia realizada esta sexta-feira em León e que foi moderada pelo presidente do Congresso dos Deputados, Meritxell Batet.

A primeira a falar na sessão central da cimeira internacional realizada esta sexta-feira em Leão foi a presidente da Assembleia Nacional da Eslovénia, Urška Klako?ar Zupan?i?, que se centrou em fortes críticas ao uso do populismo “para ganhar poder ”, bem como a necessidade de “lidar com as consequências da desinformação”.

“O ódio fomenta e contribui para a corrupção dos processos eleitorais, tal como está a acontecer nas mais sagradas instituições da democracia”, disse o Presidente, apelando à “responsabilidade” para “agir contra esta tendência”, porque “o discurso de ódio é uma ferramenta populista para ganhar o poder em detrimento do bode expiatório escolhido”.

Portanto, Urška Klako?ar Zupan?i? optou por “lutar pela tolerância e por um elevado nível de cultura no diálogo dos debates parlamentares” bem como “enfrentar as consequências das notícias falsas e da desinformação”, trabalhando “a favor da literacia digital, exigindo transparência e ética nos meios de comunicação e plataformas tecnológicas e lutar por um jornalismo independente que sirva de vigilante para que a transparência e a integridade sejam mantidas nos sistemas democráticos”.

Risco para instituições

No mesmo sentido falava o presidente da Assembleia da República, Augusto Ernesto Santos Silva, que estava convicto de que “a democracia está em perigo devido a factores externos provenientes de regimes autoritários”, embora “também tenha ameaças dentro dos parlamentos”, bem como como “ideologias e atores não estatais”.

“Devemos reconhecer o risco que está à espreita das instituições e que se verifica através de fragilidades nas políticas de curto prazo e nos interesses mediáticos e privados”, disse, considerando que “para lutar contra esta tendência, temos de apostar nos tendências que dão resposta às necessidades sociais e às expectativas dos cidadãos”.

Da mesma forma, optou por “modernizar os partidos moderados com os quais os cidadãos são vistos à margem na periferia da sociedade” e assim “recuperá-los através de políticas e medidas que respondam aos seus problemas”, já que “é sobre eles que trabalha o populismo”. ”.

“Transparência e responsabilização” foram também destaques do seu discurso, em que Santos Silva reconheceu “que as formas de comunicação estão a ficar obsoletas”, comparando com o que “é preciso ouvir os jovens e respeitar as suas referências”, bem como “reconhecer as novas mídias utilizadas pela população”.

respostas conjuntas

O presidente do Parlamento croata, Gordan Jandrokovi, também interveio na sessão, manifestando-se consciente da “crescente falta de confiança nas instituições parlamentares e na democracia”, bem como da existência de “campanhas de manipulação, ingerência estrangeira, notícias falsas e manipulações no uso cibernético”.

Algumas questões que visam “desestabilizar as sociedades e pôr em perigo os seus valores” e que exigem “a adoção de ações para travar padrões negativos” que devem ser combatidas “através de uma determinação clara e de respostas conjuntas”.

O presidente do Parlamento croata apelou a uma “reação” marcada pela “inovação e eficiência” para “reconhecer rapidamente as ameaças, tomar decisões e agir com rapidez”, bem como “ajudar os cidadãos a reconhecer as críticas de que não oferecem soluções e ver a diferença entre políticas e políticos responsáveis ​​e irresponsáveis”.

Para isso, considerou que serão necessários mecanismos que contribuam para uma maior transparência da informação e que garantam que a veracidade dos factos chegue aos cidadãos, “o que lhes permitirá tomar decisões mais informadas”.

Alívio

A presidência da dimensão parlamentar da União Europeia esteve até esta sexta-feira nas mãos da Suécia, que passa para a Espanha. Foi o presidente do Riksdagen da Suécia, Andreas Norlén, quem se mostrou convencido de que esta nova presidência “terá atividades muito interessantes” que permitirão “criar uma cultura democrática”.

Uma cultura política que “garante a fidelidade de cada um ao sistema em que trabalha” através de “debates respeitosos” que permitem “chegar a compromissos e acordos”, já que é “a base de todo o trabalho”.

Para o sueco, foi importante destacar a importância da “liberdade de informação” como “resultado de circunstâncias políticas especiais em tempos de liberdade”. Da mesma forma, sublinhou “manter o contacto direto com os cidadãos e falar sobre a emergência da democracia”, algo “fundamental tanto no presente como no futuro”.

Miranda Pearson

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