Portugal enfrenta o caminho para as eleições que terão lugar a 30 de janeiro. As previsões, a priori, traçam um cenário político semelhante e as opções do pacto se apegam ao que já existia durante a legislatura. A 4 de novembro, depois de o Parlamento Português ter derrubado os Orçamentos, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa anunciou a dissolução do Parlamento e a realização de novas eleições para sair da crise política aberta, marcada sobretudo por uma clara ruptura da esquerda portuguesa.
O PS de António Costa continua a ser o favorito nas sondagens, mas não se prepara para conseguir a maioria, pelo que Os partidos minoritários terão um papel fundamental na formação de um novo governo. Aliás, ele pode ser surpreendido por um ‘sorpasso’ do PSD.
Antonio Costa, em busca da maioria mas olhando para os partidos minoritários
O socialista do PS viu há alguns meses como a rejeição dos Orçamentos derrubou o seu Governo. Agora Costa está de olho na maioria absoluta, o que lhe permitiria governar confortavelmente. No entanto, as últimas pesquisas de 25 de janeiro o colocaram com 33,8% de intenção de votoentão, inevitavelmente, ele seria forçado a concordar em poder realizar a legislatura.
Rui Río e PSD apostam na continuidade e no ‘sorpasso’ aos socialistas
O Partido Social Democrata pretende dar continuidade, razão pela qual optou por repetir um candidato e colocar o centrista Rui Río novamente à frente do partido para as próximas eleições. Por enquanto, já insistiu em fechar os patos com a extrema direita.
O PSD ganhou popularidade e as últimas sondagens deram-lhe algum ar e esperança de um bom resultado nas urnas de 30 de janeiro. Os social-democratas deixaram de lado a possibilidade de uma grande coligação com os socialistas e dizem que vão acabar com tudo o que o PS fez até agora. Nas últimas pesquisas, chegaram a colocá-lo em 34,4% nas intenções de voto.
As opções da esquerda passam pelo Bloco e pela CDU
Além do PS, podemos encontrar o Bloco de Esquerda, liderada por Catarina Martins, e a Coalizão Democrática Unitária (CDU), uma coalizão formada pelo Partido Comunista e os Verdes. As de Martins são mais populares entre as gerações mais jovens das grandes cidades, enquanto a CDU tem conseguido ganhar espaço no meio rural do país.
Ambos os partidos demonstram assim a ruptura geracional da esquerda. Por um lado, as gerações mais jovens se inclinam para o lado do bloco, enquanto os portugueses mais velhos se inclinam para os comunistas.
Chega, a extrema direita portuguesa ganha terreno
De acordo com as últimas sondagens, o partido liderado por André Ventura está praticamente em pé de igualdade com o Bloco de Catarina Martins e pode ganhar até 8% dos votos. Nas últimas eleições, O Chega obteve apenas um resultado, mas espera-se que nestas próximas eleições possa surpreender nas urnas.
Seu candidato foi condenado por crime de ódio e fez vários discursos contra a imigração, o feminismo ou o ambientalismo.
Os pequenos partidos, chave para a formação do Governo
Conversamos sobre o CDS e o PAN. O primeiro deles, liderado por Francisco Rodrigues dos Santos, representa o lado mais conservador, cuja estratégia passa por competir com Ventura e evitar, a priori, o PSD.
A opção animalesca, o PAN, pode ser outro dos dominós-chave que podem ajudar Costa a conquistar novamente a presidência, que não fechou as portas para um possível pacto com o partido.
Por enquanto, seguindo as urnas, PSD e PSD podem estar tecnicamente empatados. No entanto, os sociais-democratas podem dar o ‘sorpasso’ e surpreender nas urnas. Uma diferença que diminuiu nos últimos dias. Um empate técnico entre os dois partidos pode levar a um novo pacto à esquerda ou, pelo contrário, a um novo bloqueio político em Portugal.
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