LONDRES (Reuters) – Um jogo de “treinamento cerebral” para iPad desenvolvido na Grã-Bretanha pode melhorar a memória de pacientes com esquizofrenia, ajudando-os em suas vidas diárias em casa e no trabalho, disseram pesquisadores nesta segunda-feira.
Cientistas da Universidade de Cambridge indicaram que testes realizados num pequeno número de pacientes que jogaram o jogo durante quatro semanas concluíram que registaram melhorias na memória e na aprendizagem.
O jogo, “Wizard”, foi desenvolvido para ajudar na chamada memória episódica, que é o tipo de memória necessária para lembrar, algumas horas depois, onde as chaves foram deixadas ou onde o carro está estacionado.
A esquizofrenia é uma doença mental de longa duração que causa uma série de sintomas psicológicos, desde alterações comportamentais até alucinações e delírios.
Embora alguns sintomas possam ser tratados com medicamentos, os pacientes muitas vezes sofrem de problemas de memória e de função cognitiva, o que significa que têm complicações no retorno ao trabalho ou na continuação dos estudos.
Há evidências crescentes de que o treinamento assistido por computador pode ajudar aqueles que sofrem de esquizofrenia a superar alguns de seus sintomas, com melhores resultados em suas vidas diárias.
Este estudo, publicado na revista Philosophical Transactions of the Royal Society B, descobriu que 22 pacientes que participaram do jogo da memória cometeram menos erros e precisaram de menos tentativas para lembrar a localização de testes específicos de diferentes padrões.
Também melhoraram a sua pontuação numa escala que os médicos utilizam para medir o funcionamento social, ocupacional e psicológico dos adultos.
Os pacientes também disseram que gostaram do jogo e ficaram motivados durante as oito horas de treinamento cognitivo. Os pesquisadores disseram que isso era importante, pois a falta de motivação é uma característica comum da esquizofrenia.
“Precisamos de uma forma de tratar os sintomas cognitivos da esquizofrenia, tais como problemas de memória episódica, mas tem sido feito um progresso lento no desenvolvimento de um tratamento medicamentoso”, disse Barbara Sahakian, do departamento de psiquiatria da Universidade de Massachusetts. Cambridge.
“Este estudo (…) mostra que o jogo da memória pode ajudar onde os medicamentos falharam até agora”, acrescentou.
Reportagem de Kate Kelland, editada em espanhol por Patricia Avila
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