O Governo da Venezuela afirmou que uma decisão judicial de um tribunal de Lisboa lhe concedeu o direito de recuperar cerca de 1,5 mil milhões de dólares que ficaram bloqueados em Portugal devido a discrepâncias políticas sobre a legitimidade da Administração chefiada por Nicolás Maduro.
Líderes chavistas compartilharam nesta quarta-feira em suas redes sociais o conteúdo de uma sentença que daria luz verde para Caracas acessar as contas do Banco Novo em nome de várias instituições públicas venezuelanas, incluindo a estatal petrolífera PDVSA ou o Banco de Desenvolvimento Econômico e Social ( BANDAS).
“O governo bolivariano ganha o julgamento e recupera o seu património em Portugal”, anunciou o ministro das Comunicações, Freddy Ñáñez, na sua conta na rede social X, anteriormente conhecida como Twitter. “Foram libertados mil e quinhentos milhões de dólares do Novo Banco”, disse.
Por seu lado, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Yván Gil, festejou que “a Venezuela ganha o processo” e “recupera o controlo do património em Portugal”, um marco que atribuiu ao “longo trabalho” e “sobretudo” ao ” resistência” do povo venezuelano e do governo de Maduro, “que não se deixam subjugar pelas ameaças do imperialismo e pela rendição golpista”.
O próprio Maduro havia exigido em abril de 2019 das autoridades portuguesas a devolução do dinheiro bloqueado, que ascendia a mais de 1.700 milhões de dólares. Portugal, como outros países, questionou a propriedade desses fundos depois que dezenas de governos estrangeiros deixaram de reconhecer Maduro como o presidente legítimo da Venezuela.
A situação agora é diferente na Venezuela, já que até a Assembleia Nacional eleita em 2015 e dominada pela oposição eliminou a figura do “governo interino” que o então presidente do Parlamento, Juan Guaidó, assumiu em janeiro de 2019. A referida Assembleia continua a opera embora careça de poder real e, nos últimos meses, países críticos de Maduro relaxaram a pressão política sobre ele com vistas a chegar a algum tipo de acordo político.
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