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O Rio Coura é um dos principais afluentes portugueses do Rio Minho.Ao longo dos seus 50 quilómetros de extensão, banha os concelhos de Paredes de Coura, Vila Nova de Cerveira e Caminha e dá-nos paisagens de desfiladeiros estreitos, meandros sinuosos e vales férteis antes de desaguar as suas águas no próprio Estuário do Minho.
É um rio muito conhecido por aqueles que, todos os anos, optam por desfrutar das propostas musicais dos dois festivais mais conceituados do Norte de Portugal: Vilar de Mouros e Paredes de Coura. Sem dúvida, ir a um festival é uma boa desculpa para conhecer o território. Mas, com ou sem um evento musical na agenda, Sair para explorar os segredos de Coura é sempre uma boa opção.
Abaixo nós coletamos cinco paradas essenciais para capturar a essência, a história e a beleza natural deste rio. E, claro, também para se refrescar do calor do verão! A lista de imprescindíveis leva-nos pelos concelhos de Caminha e Vilanova de Cerveira e inclui uma ponte medieval, uma praia fluvial com moinhos, as ruínas de uma central hidroeléctrica, um túnel romano e uma moderna área de lazer.
Vilar de Mouros: Ponte Medieval e Azenhas
O festival mais antigo da Península Ibérica realiza-se em Vilar de Mouros (Caminha), com grupos de renome internacional. Nas proximidades do próprio local do festival encontramos uma ponte de origem medieval que é um ícone do lugar. Tanto que até ilustra o próprio evento: em seu logotipo podemos ver, sem sombra de dúvidas, uma ponte com três arcos.
É uma ponte dos séculos XIV-XV que foi construída em granito e seguindo o modelo criado por aquele que foi o grande protótipo regional: Ponte de Lima.. Uma importante rota de comunicação no passado, ainda é usada hoje. No entanto, por razões de conservação, embora permita tráfego de veículos, é proibida para tráfego pesado.
Na mesma área da ponte está a coquete capela de San Amaro e peitoral das almas do século XVIII. Os três elementos formam um belo conjunto em que a pedra silenciosa e estática das construções contrasta com o murmúrio do movimento das águas.
A 500 metros desta área encontraremos o As cinzas de Vilar de Mourosum canto pitoresco ao qual chegamos depois de percorrer uma extensa área de estacionamento e área de lazer. Há uma pequena praia fluvial onde podemos dar um mergulho refrescante ao lado de um impressionante moinho (azenha, em português) com sua barragem de água e várias das rodas verticais com as quais funcionava.
Covas, um lugar cheio de surpresas
Se viajarmos de Caminha para Vilanova de Cerveira a nossa paragem obrigatória é em Covas, vila situada num vale situado entre a Serra de Arga e a Serra de CovasO Rio Coura atravessa este vale, que ao longo dos séculos acumulou um abundante património histórico e artístico. É também um local interessante para a observação de fauna e flora, bem como um bom local para a prática de desportos náuticos.
Diz a lenda que o nome sugestivo desta vila vem de tempos antigos., quando dois irmãos herdaram o único martelo que seu pai, um grande patriarca que trabalhava como ferreiro, possuía. A herança chegou até eles com a condição de que se separassem, um indo morar no norte e outro no sul, mas também que dividissem o uso do martelo: cada um deveria tê-lo por um dia e entregue-o na manhã seguinte. Diante dessa situação, os herdeiros concordaram que o jogariam, com muita força, para o alto, e assim conseguiriam cumprir o mandato paterno.
Às vezes a ferramenta pesada acabava caindo e abrindo um buraco no chão. E com o tempo, as cavernas criadas pelas sucessivas quedas do martelo formaram pequenos outeiros… Assim, as gerações seguintes que vieram depois daqueles dois irmãos decidiram ir viver juntos na zona das “grutas”. Assim, locais como “Outeiro do Rojo”, “Outeirinho”, os “Outeirais”, “O Outeiro”, “O Altiño”, “Tras do Lombo” e “A Lomba” acabaram por criar a aldeia que hoje é Covas.
Três paragens essenciais em Covas
Muitos dos pontos de interesse que hoje podemos visitar neste local têm a ver com os diferentes usos que, ao longo da história, foram feitos das águas do rio. No que diz respeito ao património industrial, um dos exemplos mais notáveis é o o canal de água que alimentou aquela que foi a segunda central hidroeléctrica inaugurada em Portugal e as ruínas da própria central.
Fundada em 1912, A Usina de Covas foi a primeira usina hidrelétrica da região do Alto Minho. e assumiu a iluminação elétrica de todos os municípios da região até 1974, ano em que foi desativada quando entrou em operação a Central Hidrelétrica de France.
Esses dois elementos, localizados em um ambiente de vegetação exuberante e águas cristalinas, fazem parte do Rota Interpretativa da Ribera de Covas, um percurso praticamente acidentado de 9,6km de extensãoO percurso pode ser iniciado a partir da igreja paroquial e inclui atrações patrimoniais e algumas áreas de descanso. Na área de lazer (Zona de Lazer) de Covas encontraremos um lindo recanto junto ao rio equipado com área de estacionamento, áreas de piquenique, painéis interpretativos e um caminho refrescante.
Mas nem tudo nas margens do Coura, em Covas, é património industrial, pois também encontraremos vestígios da época romana. No Couço do Monte Furado podemos ver o impressionante túnel escavado diretamente na rocha para desviar parte do curso do rio. e, assim, poder coletar as desejadas pepitas de ouro do leito. Encontraremos este túnel sinalizado a partir da estrada N301, ele pode ser visitado (você chega até ele por uma pequena trilha de terra) e a passagem perfurada na rocha tem aproximadamente 140 metros de comprimento.
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