Fontes internas do Tribunal Eleitoral confirmaram ao El Diario de Hoy que entre elas estão Indra, Smartmatic, Mühlbauer e uma empresa pioneira em sistemas da Estônia.
Depois de expirado ontem, 12 de abril, o prazo para as empresas interessadas manifestarem ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sua intenção de participar da seleção para realizar votação eletrônica e pela internet no exterior, 17 empresas apresentaram sua oferta ao órgão eleitoral, informou o jornal El Diario de Hoy uma fonte interna do TSE.
“Sim, vieram várias, são várias empresas, pelo que sei, não é uma só, são várias empresas”, frisou a fonte.
Ele acrescentou que entre eles estão a Indra, a Smartmatic, a empresa Mühlbauer, que atualmente detém a concessão para a emissão do DUI, e uma empresa pioneira nos sistemas de votação eletrônica e pela Internet da Estônia. Ele afirmou que existem sete empresas jurídicas e dez naturais.
A Indra já trabalhou com o TSE nas eleições de 2013 para transmitir os resultados das eleições presidenciais, recebeu US$ 5,4 milhões; enquanto a Smartmatic teve contratempos com o TSE nas eleições de 2018, devido a erros na contagem das marcas na lista de preferências de votos para eleger os deputados de San Salvador e La Libertad, que colocaram em dúvida parte dos resultados da prefeitura e deputados que El Salvador realizou naquele ano (ver quadros).
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Para selecionar a empresa que ficará responsável pelo sistema de informática no exterior, os magistrados do TSE contaram com o apoio da Fundação Internacional para Sistemas Eleitorais (IFES).
“Eles estão aconselhando-os sobre os termos de referência. Eles estão trabalhando em reuniões constantes”, disse a fonte interna.
Segundo o site da IFES, eles contam com especialistas que colaboraram com governos da África, Américas, Ásia, Oriente Médio e Europa, em gestão eleitoral, pesquisa aplicada, direitos humanos, questões de gênero e soluções tecnológicas para o acesso à informação pública.
El Diario de Hoy também consultou o magistrado Noel Orellana, que disse não saber quantas empresas compareceram perante a Corte, muito menos seus nomes. Ele acrescentou que a unidade responsável por receber as ofertas é a Secretaria-Geral do TSE para não ser “intrometida” e que o prazo terminou ontem, às 12h.
No entanto, afirmou que, encerrado o prazo para apresentação de candidaturas, o TSE deverá publicar o termo de referência e, a partir dele, fazer a seleção da empresa. Ele estima que a seleção da empresa não deve ir além de abril.
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Quando o TSE convocou as empresas a se manifestarem no dia 31 de março (pouco antes do início das férias), revelou algumas condições gerais para poder participar, inclusive que recentemente implementou pelo menos três processos eleitorais “preferenciais”. ; que utilizou tecnologia com mecanismos de verificação “do começo ao fim, de acordo com padrões internacionalmente aceitos”; que o serviço contemple a logística e operacionalidade, bem como a transmissão ao Centro Nacional de Processamento de Dados (CNPRE) e a solução tecnológica que deve ser integrada na fase específica de divulgação e agregada ao voto nacional em coordenação com o TSE, entre outros.
O TSE está contra o tempo
Apesar de segundo fontes internas do TSE serem 17 empresas que vieram deixar seu pedido, existe o risco de algumas não serem empresas sérias, pelo pouco tempo que possuem, questionou o ex-desembargador da Corte, Eugenio Chicas.
“O problema é que esses projetos exigem mais tempo, o medo que eu tenho é que o tempo seja tão curto, que é provável que muitas empresas não se interessem pelos prazos curtos, em relação ao fato de que o banco de dados deve ser desenvolvido em breve e fazer exames”, afirmou Chicas.
De fato, este foi um dos aspectos mais criticados pelos especialistas eleitorais previamente consultados pelo El Diario de Hoy. Segundo eles, isso poderia dar a diretriz de que o TSE já teria uma ideia de a quem conceder o contrato de voto eletrônico, uma vez que a Lei do Voto no Exterior estabelece que esse serviço pode ser concedido diretamente, ou seja, sem passando por processos licitatórios públicos.
Os especialistas destacaram que o TSE “está na disputa” porque o governista aprovou tarde demais a Lei do Voto no Exterior e alertam que esse tempo “não chega” e que levanta suspeitas de que “já existem empresas pré-selecionadas”. Apontaram que, devido à insuficiência de prazos, podem ocorrer possíveis falhas no referido sistema, como as ocorridas com o aplicativo Chivo Wallet.
“Nesse caso, eles planejam instalar a votação eletrônica em 56 países e em cerca de 157 cidades diferentes, desses 56 países. É uma questão muito delicada, porque são lugares diferentes e testes terão que ser feitos para tudo isso, pois a tecnologia e os tempos são muito curtos”, afirmou Chicas.
empresas de votação eletrônica
Até o momento, em El Salvador não existem empresas com capacidade para realizar votação eletrônica, por isso Chicas garante que existem algumas no mundo que poderiam oferecer o serviço, mas apenas duas têm a expertise exigida pelo TSE: Smartmatic e Indra; no entanto, ambos foram questionados nos países onde implementaram esse sistema.
El Diario de Hoy perguntou sobre algumas empresas que oferecem este serviço e entre as quais poderia estar aquela que é eleita pelos juízes eleitorais com a responsabilidade de desenhar, desenvolver e implementar o voto no exterior.
Uma das principais empresas globais de votação eletrônica é a Smartmatic, que foi estabelecida nos Estados Unidos em 2000 e atualmente está sediada no Reino Unido. Foi contratada para automatizar processos eleitorais inteiros ou digitalizar algumas fases destes, em países como Estados Unidos, Filipinas, Zâmbia, Bélgica, Inglaterra e Argentina.
No entanto, esta mesma empresa foi contratada em El Salvador e reconheceu que houve “um erro” na contagem das marcas preferenciais como parte do processo e transmissão de dados para as eleições de deputados e vereadores em março de 2018.
A espanhola Indra é outra das opções que o TSE teria. Na verdade, esta empresa já foi contratada pelo TSE para transmitir os resultados eleitorais nas eleições presidenciais de 2 de fevereiro de 2014. Segundo informações em seu site. A Indra oferece soluções próprias em segmentos específicos dos mercados de Transporte e Defesa, além de consultoria em transformação digital e Tecnologia da Informação na Espanha e na América Latina.
Nos últimos anos, a Indra apoiou o desenvolvimento de eleições em países como Reino Unido, Noruega, França, Chile, Portugal, Itália, Eslovênia, Argentina, Brasil, Equador, República Dominicana, El Salvador, Colômbia e Iraque, para que tem oferecido soluções eleitorais como a implantação de sistemas de votação eletrônica, votação pela internet, bem como o desenvolvimento de softwares e projetos de participação cidadã.
Há também outras empresas de países como Índia, Alemanha, Coreia do Sul e Argentina, disse a ex-magistrada Chicas.
Seis empresas que oferecem votação eletrônica no mundo
Smartmatic
Foi fundada nos Estados Unidos em 2000 e atualmente está sediada no Reino Unido. Esta empresa foi contratada para automatizar processos eleitorais completos ou digitalizar algumas fases destes nos Estados Unidos, Filipinas, Zâmbia, Bélgica, Inglaterra e Argentina.
No entanto, em mais de uma ocasião, ele se envolveu em escândalos de fraude. Em agosto de 2017, por exemplo, funcionários da mesma empresa denunciaram que as eleições para a Assembleia Nacional Constituinte na Venezuela estavam sujeitas a manipulação. Na Guatemala, em setembro do ano passado, foi a única empresa a oferecer um modelo tecnológico para as eleições deste ano. O processo de contratação tem sido questionado por diversas organizações, já que não foi realizado por meio de licitação pública, mas sim por compra direta, destaca uma publicação do jornal guatemalteco Prensa Libre.
Indra
Fornece soluções de consultoria para transformação digital e Tecnologia da Informação na Espanha e na América Latina. Possui mais de 40 anos de experiência na realização de eleições e desenvolveu mais de 450 projetos eleitorais. Nos últimos anos, apoiou o desenvolvimento de eleições em países como Reino Unido, Noruega, França, Chile, Portugal, Itália, Eslovênia, Argentina, Brasil, Equador, República Dominicana, El Salvador, Colômbia e Iraque, aos quais ofereceu soluções eleitorais, como a implementação de sistemas inovadores de votação eletrônica, votação pela Internet e até desenvolvimento de software.
O Tribunal Supremo Eleitoral de El Salvador a contratou em 2013 para transmitir os resultados das eleições presidenciais de 2014. A Indra arrecadou US$ 5,4 milhões. Esta empresa foi questionada pela oposição política na Argentina, que a acusou de que nas eleições de 2013 realizadas naquele país, a empresa “utilizou um software especificamente desenhado que permite a correção automática das percentagens, modificando-as conforme desejado”.
Software Mágico
É uma empresa argentina que implementa o voto eletrônico através do sistema “Vote” com o qual oferece “novos paradigmas tecnológicos” para garantir a “transparência eleitoral”. Além disso, promete soluções eleitorais para qualquer geografia, a partir de uma ampla gama de produtos específicos de hardware e software. Segundo seu site, realizou 75 eleições em 5 países.
Corporação Eletrônica da Índia Limitada (ECIL)
É uma empresa indiana, que ao longo dos anos foi considerada pioneira em produtos eletrônicos complexos sem qualquer ajuda tecnológica externa. Essa empresa criou a primeira urna eletrônica daquele país asiático. A adoção do voto eletrônico no país começou em 1998 e se consolidou em 2004, quando as urnas eletrônicas se tornaram o único meio de votação devido às complexidades geográficas e à base populacional.
Bharat Electronics Limited
É uma empresa aeroespacial e eletrônica de defesa do governo indiano que foi fundada em 1954. De acordo com seu site, a BEL também deixou uma marca na não defesa ao revolucionar com urnas eletrônicas que teriam trazido grandes avanços no sistema. votação na Índia. Segundo publicações da mídia internacional, o modelo automatizado hindu é baseado em uma máquina ou placa eletrônica na qual a lista de candidatos aparece alinhada com interruptores nas laterais. O eleitor seleciona com o switch seus candidatos preferidos e registra o voto. Tal equipamento foi fabricado pela BEL e outra empresa daquele país.
Tecnologias NA-AT
NA-AT Technologies é uma empresa mexicana com 17 anos de experiência e especializada principalmente na venda de sistemas de dados biométricos (traços de identidade), especialmente no setor financeiro. No entanto, algumas publicações destacam que a referida empresa implementou uma consulta cidadã para votação eletrônica em Lima, Peru. De fato, em seu site há uma seção onde oferece “tecnologia biométrica para votação e eleições”.
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