Sentença por ‘Football Leaks’ será anunciada em abril

O julgamento do jovem português que originou as revelações de ‘Football Leaks’, acusado de pirataria informática e tentativa de extorsão, terminou esta segunda-feira

O julgamento do jovem português que originou as revelações de ‘Vazamentos de futebol‘, acusado de pirataria informática e tentativa de extorsão, concluiu esta segunda-feira num tribunal de Lisboa, que vai anunciar a sentença a 28 de abril.

“Tenho plena consciência de ter cometido ilegalidades”, admitiu o arguido Rui Pinto falando perante os juízes ao final da audiência em um processo que já dura mais de dois anos.

Os documentos revelados pelo ‘Football Leaks’ do final de 2015 trouxeram à tona práticas duvidosas no ramo do futebol, como mecanismos de evasão fiscal, suspeitas de fraude e corrupção, questionando alguns dos maiores clubes e jogadores do futebol mundial, dando origem a processos judiciais processos em vários países europeus.

Rui Pinto, de 33 anos, enfrenta 89 acusações que vão desde violação de correio a roubo de dados, que teria cometido contra o Sporting de Portugal, o fundo de investimento Doyen Sports, a Federação Portuguesa de Futebol, advogados de uma importante sociedade de advogados e até magistrados do Ministério Público português.

No próximo dia 28 de maio na Gazprom Arena, em São Petersburgo, será a final da Liga dos Campeões, se a UEFA não disser o contrário. FOTO EDH / AFP

Ele também está sendo julgado por tentativa de extorsão.

Segundo a acusação, o ‘hacker’ teria querido chantagear o presidente da Doyen, o português Nélio Lucas, pedindo-lhe entre 500 mil e um milhão de euros (485 mil e 970 mil dólares) para deixar de publicar documentos sobre aquele fundo.

“Não há dúvida de que é um denunciante” e não “um criminoso informático”, afirmou na segunda-feira o seu advogado Francisco Teixeira da Mota, referindo que o seu cliente “nunca ganhou um tostão” com a sua atividade.

“Não vou pedir a absolvição, não faria sentido. Bastaria uma pena de prisão suspensa”, acrescentou o advogado, ciente de que Pinto admitiu ter cometido furto de dados informáticos e lamentou o seu comportamento perante a Doyen Sports.

A promotoria não o reconheceu como denunciante e exigiu uma condenação, sem especificar se ele está reivindicando uma sentença de prisão.

Rui Pinto, que passou mais de um ano em prisão preventiva após a sua detenção na Hungria em janeiro de 2019, aceitou desde então cooperar com as autoridades noutros processos, tornando-se arguido e testemunha protegida.

Depois de fazer vazar as primeiras revelações na internet, Rui Pinto entregou milhões de documentos a um consórcio de media europeus que revelaram mecanismos de evasão fiscal, suspeitas de fraude e corrupção, pondo em causa alguns dos grandes clubes e jogadores do futebol mundial.

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Cedric Schmidt

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