Madri, 23 de junho (EFE).- Chamas e fogos de artifício tomaram conta do estádio Cívitas Metropolitano de Madri nesta sexta-feira com a apresentação da banda alemã de metal industrial Rammstein, que não deu conta da recente polêmica sobre os supostos abusos sexuais nas bilheterias atos cometidos por seu líder, Till Lindemann.
Em 14 de junho, a Promotoria de Berlim confirmou a abertura de um processo contra Lindemann pelo escândalo de supostos abusos sexuais e de poder contra alguns seguidores do grupo, que vieram a público nos últimos meses.
No entanto, as denúncias e o escândalo gerado não dissuadiram as 51 mil pessoas que, segundo a organização, compareceram ao Metropolitan, muitas delas provenientes de outros países europeus, no regresso do grupo berlinense a Espanha após o dia 10 anos.
Tampouco houve protestos na porta do show, como já aconteceu em outras ocasiões, nem menção da banda alemã, que quase não trocou palavras com os presentes ao show.
Lindemann, com um fato de cabedal preto e uma maquilhagem que realçou a aura sinistra da sua personagem, encarregou-se de dirigir um concerto em que a pirotecnia e o fogo foram constantes ao longo das duas horas de duração. .
O ‘show’ dançou entre o excessivo e o macabro em algumas cenas do show, nas quais um grande carrinho de bebê queimou por dentro durante a música ‘Puppe’.
De fato, eles ousaram pulverizar, primeiro com um lança-chamas e depois com um canhão, um dos membros, que se refugiou em um balde à prova de fogo para evitar maiores danos, escondendo-se e espreitando em uma espécie de jogo infantil de morte que o público tem desfrutado entre rostos de espanto.
Os alemães exibiram um grande repertório de canções míticas de diferentes álbuns do final dos anos 90 e início dos anos 2000, sua época de ouro, como ‘Mein Teil’, ‘Ohne Dich’, ‘Radio’, ‘Mein Herz brennt’ ou ‘ Bestrafe mich ‘, fazendo com que a maior parte dos presentes entoasse cada uma das frases em uníssono, em um espetáculo ensurdecedor.
Mas foi ‘Du hast’ e seu inconfundível teclado sintetizado que virou de cabeça para baixo as 51.000 pessoas da Cívitas Metropolitano, que viram um bando de pássaros voar sobre suas cabeças em forma de fogos de artifício e se livraram dos últimos estertores de autocontrole.
E ‘Sonne’, outro clássico, transformou o estádio em uma porta para o inferno, com um jogo de chamas que elevou a temperatura a cada pequena explosão coincidindo com as batidas do baixo, que fez sentir cada lufada de ar como uma brasa nos pulmões.
Também houve tempo para voltar à cena eletrônica em Berlim com o remix industrial techno de ‘Deutschland’, que trouxe uma nota descontraída e dançante em meio ao trovejar das guitarras elétricas, que voltaram a interpretar a música original, uma das o mais celebrado pelos participantes, continuamente animado pelos músicos.
E canções como ‘Ausländer’, ‘Du riechst so gut’, ‘Pussy’, ‘Rammstein’ ou ‘Zeit’ não ficaram de fora, esta última incorporando um piano que acalmou momentaneamente os ânimos dos presentes.
O grupo despediu-se com ‘Ich will’ e ‘Adieu’ com a enésima explosão de fogo-de-artifício e pôs fim à paragem em Madrid, para começar a partir de agora o resto da digressão europeia em estádios, que passará por Portugal, França , Itália, Holanda, Polónia, Alemanha, Hungria, Áustria e Bélgica.
Relacionado
“Amante da TV. Ninja da música. Fanático por viagens amador. Fã de bacon. Evangelista de comida amigável. Organizador freelance. Fanático certificado pelo twitter.”