Se fosse possível esquecer os milhões desperdiçados, as milhares de vidas perdidas na construção dos estádios, a enorme corrupção na concessão do torneio, a lavagem sistemática da FIFA, o fato de os campeonatos nacionais terem sido interrompidos pela primeira vez … Se fosse possível esquecer tudo isso, o que não é, coroaríamos o Qatar’22 como um dos melhores Mundiais da história.
Com 172 gols marcados, média de 2,7 por jogo (a maior desde o Mundial da Espanha’82), superou os campeonatos mais artilheiros de todos os tempos, França’98 e Brasil0’14, ambos com 171 gols (2,7 ).
Em 10 partidas, foram marcados 60 gols, mais de um terço (35 por cento) de todos os do torneio: oito foram em Inglaterra-Irã (6-2), sete em Espanha-Costa Rica (7-0) e Portugal -Suíça (6-1), seis na final França-Argentina (3-3), Camarões-Sérvia (3-3) e Costa Rica-Alemanha (2-4), e cinco na Croácia-Canadá (4- 1), França-Austrália (4-1), Portugal-Gana (3-2) e Brasil-Coreia (4-1).
Sete dos 64 jogos (apenas 11 por cento) terminaram sem gols, todos na primeira fase, exceto a fatídica Espanha-Marrocos nas oitavas de final, com a vitória africana nos pênaltis; e em dez jogos (15,5 por cento) apenas um golo foi visto.
Recorde-se que o Qatar’22 foi o sétimo e último Mundial com o formato de 32 selecções: na América do Norte’26 serão 48 e será batido o recorde de golos… pelo que a escala ‘futura’ será a média por jogo, onde a Suíça’54 (140 gols em 26 jogos) não será uma lenda para sempre: 5,38 por jogo. Na ‘era moderna’ a média sempre foi igual, entre 2,2 na Itália’90 e 2,9 no México’70.
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