WASHINGTON (Reuters) – Um dos arquitetos do programa de interrogatório da CIA da era Bush admitiu pela primeira vez em uma entrevista para a televisão que encenou afogamentos simulados em suspeitos de terrorismo, incluindo Khalid Sheikh Mohammed, o suposto mentor dos ataques. atentados de 11 de setembro.
James Mitchell, ex-psicólogo da Força Aérea dos EUA, confirmou alguns dos detalhes que surgiram em um relatório do comitê do Senado na semana passada e defendeu as práticas, dizendo que elas forneceram informações valiosas.
“Sim, eu fiz afogamento simulado na KSM”, disse Mitchell à VICE News, um canal de notícias baseado na web, referindo-se a Mohammed, cujo interrogatório foi descrito em detalhes brutais no relatório.
As práticas foram condenadas como tortura por grupos de direitos humanos.
“Eu fazia parte de uma equipe maior que simulou o afogamento de um pequeno grupo de detidos”, disse Mitchell na entrevista divulgada na segunda-feira.
Mitchell e o psicólogo Bruce Jessen, um ex-companheiro da Força Aérea, foram contratados pela CIA para criar “técnicas de interrogatório aprimoradas” para suspeitos da Al Qaeda capturados após os ataques de 11 de setembro e mantidos em prisões secretas.
Tiveram também um papel fundamental na execução e avaliação dos interrogatórios, apesar de não terem experiência anterior nesta tarefa.
Mitchell reconheceu que “houve algum abuso” nos chamados “locais negros” onde os prisioneiros estavam sendo mantidos.
Mitchell disse que o afogamento simulado de Mohammed, que supostamente ocorreu 183 vezes, foi na verdade em “83 rajadas (de água) com duração entre um e 10 segundos” cada.
Reportagem de Matt Spetalnick; Editado em espanhol por Gabriela Donoso
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