O governo socialista de Portugal anunciou hoje um plano de contingência para o verão, com a contratação de especialistas, para evitar que a falta de médicos force o encerramento dos serviços de urgência, como tem acontecido nos últimos dias.
A medida foi avançada pela ministra da Saúde portuguesa, Marta Temido, que manteve na segunda-feira uma série de reuniões com responsáveis dos hospitais da região de Lisboa, sindicatos e o Colégio dos Médicos.
“Faremos tudo para evitar situações como as que vivemos nos últimos dias”, disse ele a repórteres à margem das reuniões.
Nos últimos dias, vários serviços de urgência obstétrica tiveram de encerrar por falta de médicos, num fim-de-semana alargado porque sexta-feira foi feriado nacional e esta segunda-feira em Lisboa.
A polémica saltou sobretudo depois de um bebé ter morrido na passada quarta-feira nas Caldas da Rainha, cerca de 80 quilómetros a norte de Lisboa, após uma cesariana de urgência, quando o serviço de obstetrícia do hospital foi encerrado por falta de médicos.
Nos dias seguintes, vários serviços de urgência de diferentes hospitais da região de Lisboa tiveram de encerrar pelo mesmo motivo.
O ministro anunciou um plano de contingência para os meses de junho, julho, agosto e setembro, para “antecipar e reorganizar emergências”, e admitiu a possibilidade de rever “questões de remuneração”, sem dar mais detalhes.
Esta semana será aberto um concurso para contratação de especialistas, embora Temido reconheça que não é fácil preencher as vagas.
“Não precisamos contratar tantos quanto gostaríamos e as condições de trabalho no Serviço Nacional de Saúde são difíceis”, disse ele.
Salientou ainda que é necessário abordar a “dimensão da formação de recursos” para a área da ginecologia e obstetrícia, dada a falta de especialistas.
O primeiro-ministro, António Costa, reconheceu também esta segunda-feira que o problema da emergência é “grave”, falando aos jornalistas durante uma visita a Londres.
“Fora de Portugal não falo de problemas nacionais, mesmo quando são graves. Estão a decorrer várias reuniões de trabalho no Ministério da Saúde para dar resposta a estes problemas. O governo está a trabalhar”, disse.
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