Portugal, um país “assimétrico” com grandes desigualdades

Lisboa, 25 jul. Portugal é um país “profundamente assimétrico”, com grandes desequilíbrios entre o interior rural e os centros urbanos e com maiores desigualdades sociais nos concelhos mais ricos, segundo um relatório hoje divulgado.

O envelhecimento da população e o “esvaziamento” do interior do país constituem dois dos grandes desafios que Portugal deve resolver, alerta o estudo “Territórios do Bem-Estar: Assimetrias nos Municípios Portugueses”, da Fundação Francisco Manuel dos Santos.

O relatório conclui que em 28% dos municípios, mais da metade das famílias são pobres. A maioria são cidades do interior com baixa densidade populacional.

Especialistas alertam que os desequilíbrios entre o rural e o urbano se acentuam em capítulos como Saúde, Educação e Habitação.

Apenas nos seis concelhos mais ricos -Lisboa e várias cidades vizinhas, Porto e Coimbra- o rendimento familiar está em linha com a média europeia, mas o fosso social é maior, a precarização do emprego aumenta e a conciliação é mais difícil.

Nas grandes cidades, continua o estudo, as desigualdades são maiores e é “mais difícil” ser pobre porque não existe o apoio encontrado nos municípios menores.

A pesquisa, aponta sua coordenadora, Rosario Mauritti, revela que o interior tem menos empregos e menos atividade econômica, mas uma maior mobilização da comunidade para enfrentar a pobreza e o envelhecimento.

O sentimento de felicidade, conclui o relatório, não está ligado apenas à riqueza. Os portugueses valorizam acima de tudo os laços familiares e sociais, o trabalho digno e o equilíbrio entre trabalho e vida familiar.EFE

mar/ig

Darcy Franklin

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