O Ministério Público português está a investigar o caso de duas gémeas brasileiras que viajaram de São Paulo para Lisboa para se submeterem a um tratamento milionário, entre suspeitas de que o presidente Marcelo Rebelo de Sousa possa ter intervindo, uma vez que as menores seriam conhecidas da companheira do filho. .

O caso foi noticiado pela rede televisiva TVI no início de novembro. Os gémeos, com dupla nacionalidade portuguesa e brasileira, viajaram para Lisboa em 2019 para serem tratados no Hospital de Santa Maria à atrofia muscular espinhal com Zolgensma, medicamento cujo tratamento custa 2 milhões de euros.

A reportagem deixa dúvidas sobre Rebelo de Sousa, uma vez que a família dos menores era conhecida da companheira do filho. O Presidente português negou qualquer tipo de participação pessoal neste assunto, embora a Casa Civil da Presidência tenha intervindo, nota o jornal ‘Público’.

“Já disse que não tinha feito isso. Não falei com o primeiro-ministro, não falei com o ministro (da Saúde), não falei com o secretário de Estado, não falei com o diretor-geral , nem com o chefe do hospital, nem com o conselho de administração, nem com os médicos”, negou então Rebelo de Sousa.

Neste momento, a investigação centra-se em vários desconhecidos. Caso o Ministério Público quisesse abrir um processo contra o presidente, primeiro teria de ser votado na Assembleia portuguesa.

O partido Iniciativa Liberal (IL) informou esta semana que vai solicitar a comparência na Assembleia da ex-ministra da Saúde Marta Temido e da antiga e atual administração do Hospital de Santa Maria para explicar o caso. A ex-ministra da Saúde afirmou que está à inteira disposição do Parlamento.