Portugal registou 19 homicídios de mulheres e raparigas no primeiro semestre de 2022, dos quais 16 foram feminicídios (mais 9 do que os registados no mesmo período de 2021), segundo a União Portuguesa de Mulheres Alternativas e Resposta (UMAR). .
Esta entidade, que baseia o seu relatório em casos noticiados pelos meios de comunicação social locais e recolhidos pelo Observatório Português de Mulheres Assassinadas (OMA), especificou hoje em conferência de imprensa que 15 destes feminicídios ocorreram no contexto de relações íntimas.
Além disso, entre 1º de janeiro e 30 de junho deste ano também ocorreram 28 tentativas de homicídio, das quais 22 foram feminicídios (20 delas no contexto de relações íntimas).
Ilda Alfonso, da UMAR, explicou em declarações ao canal RTP que nos 18 anos em que foram contabilizados os casos, tem-se visto “uma variação”, pelo que não se pode falar de uma tendência crescente de casos.
“O que deve nos fazer refletir é por que os números não estão diminuindo”, disse.
Por isso, defendeu que seja feito um trabalho de sensibilização da população para a promoção da prevenção, que as vítimas se recorram a entidades especializadas para receber ajuda na sua separação e que a sociedade assuma uma “atitude” ativa perante os abusos e denuncie se suspeitar de algum caso .
Portugal, onde o termo “violência doméstica” prevalece sobre “violência de género”, não tem um registo oficial de vítimas.
Segundo dados da Comissão Portuguesa para a Igualdade de Género (CIG), em 2021 registaram-se 23 vítimas mortais por violência doméstica, das quais 16 eram mulheres, 5 homens e 2 eram menores.
Durante a conferência de imprensa anunciaram ainda o lançamento de uma campanha que terá como lema “O feminicídio pode ser prevenido: ligue os pontos”, em que participaram 8 entidades de cinco países: Portugal, Espanha, Alemanha, Chipre e Malta.
“Amante da TV. Ninja da música. Fanático por viagens amador. Fã de bacon. Evangelista de comida amigável. Organizador freelance. Fanático certificado pelo twitter.”