A residência oficial do primeiro-ministro português, António Costa, foi um dos mais de 40 locais revistados pela polícia na terça-feira em uma operação do Ministério Público português que investiga negócios de hidrogênio e lítio, de acordo com a mídia local.
As inspeções também foram estendidas aos Ministérios da Infraestrutura e do Meio Ambiente e levaram a várias prisões.
Entre eles estão o chefe de gabinete de Costa, Vítor Escária, um dos consultores de Costa, Lacerda Machado, e o presidente da Câmara de Sines, o socialista Nuno Mascarenhas, segundo o jornal português Público.
As mesmas fontes informaram que o ministro do Ambiente, Duarto Cordeiro, e o ministro das Infraestruturas, João Galamba, bem como o antigo ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, foram declarados “arguidos” (suspeitos formais, figura anterior à acusação).
O caso estará relacionado com projetos de exploração de lítio em Montalegre, no norte de Portugal, devido a um possível favor do governo português a empresas, segundo a imprensa portuguesa.
Segundo o jornal português Público, Os gabinetes dos Ministros do Ambiente e da Transição Climática e das Infraestruturas estão a ser alvo de buscas, e Duarte Cordeiro e João Galamba serão acusados. O mesmo acontecerá ao antigo Ministro do Ambiente João Pedro Matos Fernandes, segundo o jornal português.
A assessoria de imprensa do primeiro-ministro confirmou que o gabinete de Vítor Escária foi alvo de buscas, acrescentando que não há comentários sobre a ação judicial. “Confirmamos que o gabinete do chefe de gabinete foi alvo de buscas. Não comentamos a ação judicial”, disse à agência Lusa fonte do gabinete de António Costa.
O Ministério do Ambiente e da Ação Climática confirmou ainda que a polícia fez buscas nas suas instalações. Uma fonte oficial do ministério de Duarte Cordeiro disse ao Público, no entanto, que ainda desconhecem o motivo das buscas. “As autoridades estão a fazer buscas no interior do edifício da Câmara Municipal e todos os funcionários estão no exterior”, disse uma fonte da autarquia de Sines, segundo a qual o Ministério Público continua à espera de chegar.
O Público noticia ainda que, no início de janeiro, a Procuradoria-Geral da República confirmou que o DCIAP (Departamento Central de Investigação e Ação Penal) estava a conduzir uma investigação secreta aos “chamados negócios do lítio e do hidrogénio verde”.
Na altura, questionado pelo Público, João Galamba respondeu: “Nunca me ouviram falar deste processo absurdo, precisamente porque é absurdo e vazio.”
A notícia de que João Galamba, ainda secretário de Estado do Ambiente e Energia do ministro Matos Fernandes, e o ex-ministro da Economia Pedro Siza Vieira estavam a ser investigados por projetos de hidrogénio verde em Sines remonta a novembro do ano passado, numa investigação que procurava “indícios de tráfico de influências e corrupção, entre outros crimes económicos e financeiros”, segundo a revista Sábado.
No entanto, Pedro Siza Vieira foi retirado da lista de investigados.
A revista afirmou ainda que ambos os líderes (na altura) eram “suspeitos de favorecerem o consórcio EDP/Galp/REN no projeto multimilionário de hidrogénio verde para Sines” (que entretanto fracassou).
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