Nos dias 11 e 12 de outubro decorreu em Lisboa a primeira edição dos Encontros Ibero-Americanos, evento organizado pela OEI, Embaixada da Argentina em Portugal, Universidade Autónoma de Lisboa (UAL) e Centro de Investigação OBSERVARE, com a apoio do Instituto de Promoção da América Latina e Caraíbas (IPDAL), da Câmara de Comércio Portuguesa – Atlântico Sul e da Fundação Universitária Ibero-Americana (FUNIBER).
No dia 11, na UAL, foi realizada uma Mesa Redonda, sob o tema “É possível a democracia em sociedades polarizadas?”, que teve como convidados Pablo Touzon, professor da Universidade Católica da Argentina, e Andrés Malamud. , do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, Filipe Vasconcelos Romão, da UAL, e Nancy Gomes, coordenadora da Cátedra de Estudos Ibero-Americanos.
O encontro, que reuniu quase uma centena de participantes, em sua maioria membros do corpo diplomático e estudantes, discutiu o futuro das democracias no atual contexto de polarização na América Latina, com tendências muito semelhantes em outras regiões, especificamente na Europa. Como ainda existe uma visão da América Latina dominada por ideias de autoritarismo, instabilidade e conflito, estabeleceu-se um paralelo com a história europeia do século XX até o presente momento dominada pela guerra e também por tendências autoritárias, mostrando assim que é necessário renovar nossas visões mútuas e, sobretudo, aprofundar associações estratégicas.
O encontro do dia 12, sob o lema “Movimentos Sociais e Democracia. Que futuro?”, que contou com a presença do secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação (SENEC), Francisco André, pretendia debater com um público restrito que, em para além dos membros do corpo diplomático, incluíam representantes do Parlamento Europeu em Portugal, centrais sindicais, académicos e profissionais da comunicação social.
A começar pela intervenção do Secretário de Estado, Francisco André, que apresentou a América Latina como prioridade da política externa portuguesa, avaliando o papel da OEI neste contexto, seguindo-se a intervenção de Pablo Touzon como ponto de partida para a reflexão sobre a novas formas de representação política, movimentos orgânicos e inorgânicos, o lugar dos partidos políticos e a construção das democracias.
Os Encontros Ibero-Americanos lançados pela OEI inserem-se no objetivo de promover a diplomacia pública através do maior conhecimento da região ibero-americana e do fortalecimento associativo. Neste contexto, foi criada a Cátedra de Estudos Ibero-americanos, em colaboração com a UAL e o Centro de Investigação OBSERVARE, com o objetivo de estimular a produção científica sobre temas da região, partilhar conhecimento e promover a mobilidade e o contacto entre especialistas da área ibero-americana questões.
A Comissão Científica destas reuniões é composta por Nancy Gomes e Filipe Vasconcelos Romão (UAL), Andrés Malamud (Instituto de Ciências Sociais – Universidade de Lisboa) e Carmen Fonseca (Instituto Português de Relações Internacionais – Universidade Nova de Lisboa).
Pablo Touzon é graduado em Ciência Política pela Universidade de Buenos Aires (UBA) e mestre em Relações Internacionais pela Universidade Torcuato Di Tella (UTDT). É diretor da consultoria Escenarios, especializada em comunicação política, estratégia e opinião pública, e fundador e editor da revista digital de política e cultura “Panamá”. É coautor dos livros “La Grieta Desnuda- el macrismo y su tiempo” (Intellectual Capital Ed, 2019) e “O que fazemos com Menem?” (Siglo XXI, 2021), ambos com Martín Rodríguez. Publica regularmente em meios de comunicação nacionais e internacionais como Le Monde Diplomatique Latam, Nueva Sociedad, La Vanguardia, entre outros.
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