Lisboa, 18 dez (EFE).- O número de estrangeiros residentes em Portugal quase duplicou numa década, passando de 448.083 em 2010 para 798.480 em 2022, o que representa um aumento de mais de 90%, segundo números divulgados esta segunda-feira pela Site da Pordata, dependente da Fundação Francisco Manuel dos Santos.
Só entre 2018 e 2019, o aumento de migrantes foi de mais de 110.000 pessoas.
Em 2022, dois em cada dez estrangeiros residentes em Portugal eram provenientes de um Estado-Membro da União Europeia (UE) e oito de países terceiros: a sua origem mais comum era o Brasil (29,3%), seguido do Reino Unido (6 % ), Cabo Verde (4,8%), Itália (4,4%), Índia (4,3%) e Roménia (4,1%).
Os espanhóis representavam 2,72% dos estrangeiros residentes em Portugal em 2022.
Segundo a Pordata, que divulgou estes números por ocasião do Dia Internacional do Migrante, os trabalhadores de outros países são os que mais enfrentam desemprego e insegurança laboral em território português. Na verdade, a taxa de desemprego entre os estrangeiros não pertencentes à UE é mais do dobro da média nacional, 14,3% em comparação com 6,1%.
Em 2021, os trabalhadores estrangeiros ganhavam em média 94 euros por mês menos que a média nacional em Portugal.
Além disso, um em cada três migrantes – 31% – vive em risco de pobreza ou exclusão social, mais 11 pontos percentuais que os portugueses: esta situação afeta, sobretudo, estrangeiros de países fora da UE.
Em 2022, entraram em Portugal 118 mil migrantes, o número mais elevado desde que existem registos deste tipo de dados, que remontam a 2008.
Se compararmos com os restantes países da UE, entre 2012 e 2021 Portugal foi um dos Estados onde a migração mais aumentou, depois de Malta, Estónia e Lituânia.
Paralelamente, nos últimos 15 anos quase meio milhão de estrangeiros obtiveram a nacionalidade portuguesa, o que representa uma média anual de 31 mil bolsas.
Das 46.229 naturalizações ocorridas em 2022, 37% eram judeus sefarditas portugueses.
Em 2023, o dado que se destaca são os 57 mil refugiados ucranianos acolhidos por Portugal em regime de protecção temporária, enquanto na União Europeia, em geral, o número era de 4,2 milhões, dos quais 28% foram para a Alemanha e 23% para a Polónia. EFE
ssa/ah
“Amante da TV. Ninja da música. Fanático por viagens amador. Fã de bacon. Evangelista de comida amigável. Organizador freelance. Fanático certificado pelo twitter.”