Medellín (Colômbia), 9 de setembro (EFE).- Com Portugal como convidado, mais de 3.000 atividades e a expectativa de receber cerca de 350.000 visitantes, o Festival do Livro e da Cultura abriu nesta sexta-feira sua cidadela da cultura em Medellín para receber palestras com escritores , lançamentos de livros e exposições.
Depois de experimentar a virtualidade em 2020 e regressar timidamente ao presencial em 2021, a XVI edição da feira chega com toda a força, sob o tema “Tempo de imaginar” e a participação de mais de 400 convidados, 32 deles incluindo Holanda, França, Israel, Espanha e Uruguai.
“Chegamos em grande. Teremos mais de 3.000 atividades, Portugal como país convidado e uma homenagem a José Saramago no centenário do seu nascimento”, disse à Efe a diretora da Medellin Book Events, Ana Jaramillo.
CELEBRA A PAZ E A IMAGINAÇÃO
Na companhia da Ministra da Cultura colombiana, a poetisa e dramaturga Patricia Ariza; o autarca de Medellín, Daniel Quintero, e a embaixadora de Portugal na Colômbia, Catarina de Mendoza y Arruda, inauguraram esta celebração cultural no Jardim Botânico, que também decorrerá ao longo da avenida Carabobo Norte e do Parque do Desejo.
Durante a feira, que decorre até 18 de setembro, serão realizados mais de 160 lançamentos de livros dentro de um programa que destaca um espaço dedicado à paz e reconciliação e espaços como o Living Reading Garden, “o coração da nossa festa”, segundo a Jaramillo, onde terão 1.760 atividades, uma tenda “inclusiva” para pessoas com diferentes capacidades auditivas e visuais.
Por sua vez, Ariza qualificou o Festival como “transgressivo” pelo fato de ser gratuito e destacou que é “habitado” por autores e artistas que ajudam a “ler a realidade”, mesmo uma realidade tão “complexa” como a colombiana, ser um país de “enorme” diversidade cultural.
MEDELLÍN, “UM POUCO PORTUGUÊS”
Além disso, o ministro destacou a presença de Portugal como país convidado, com um pavilhão para a sua literatura, uma exposição comercial e um programa que destaca “De volta aos passos dados”, a exposição oficial da comemoração do centenário de José Saramago para olhar para trás em sua vida e obra.
“Levamos Portugal no coração. É a terra da Revolução dos Cravos, não nos esquecemos disso. É a terra de Saramago, testemunha da história de um século inteiro. Admiramos, amamos e precisamos”, disse Ariza.
Por sua vez, a embaixadora De Mendoza disse à Efe que hoje em dia Medellín vai ser “um pouco portuguesa” ao receber uma delegação “muito completa” de autores e artistas que tornarão ainda mais conhecida sua cultura.
“Há vários anos que Portugal e a Colômbia têm vindo a estreitar os seus laços de amizade e cooperação em várias frentes, e isso está ligado ao setor cultural. Nossos países estão cada vez mais conectados”, declarou o diplomata.
Entre os convidados internacionais estão a jornalista e tradutora espanhola Pilar del Río, viúva do prêmio Nobel português José Saramago e presidente de sua fundação; a escritora e atriz argentina Camila Sosa Villada, o mexicano Paco Ignacio Taibo II e o cartunista brasileiro Marcello Quintanilha, entre outros.
Para esta edição, que conta com espaços com os escritores colombianos Mario Mendoza, William Ospina, Pilar Quintana, Laura Restrepo, Velia Vidal e Reinaldo Spitaletta, há um ecossistema de livros muito mais robusto com mais de 160 expositores, entre grupos editoriais, editoras universitárias, distribuidores , livros novos, lidos e infantis e quadrinhos.
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