O Brasil declarou emergência médica em território indígena na fronteira com a Venezuela devido a um surto de doenças

O Brasil declarou emergência médica em território indígena na fronteira com a Venezuela. (REUTERS/Adriano Machado)

o Ministério da Saúde do Brasil declarou estado de emergência médica no território yanomamia maior reserva indígena do país e que faz fronteira com a Venezuela, após relatos de crianças morrendo de desnutrição e outros doenças causadas pela mineração ilegal de ouro.

Um decreto publicado na sexta-feira pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o objetivo da declaração era restabelecer os serviços de saúde para o povo yanomami que havia sido desmantelado por seu antecessor de extrema-direita, Jair Bolsonaro.

Nos quatro anos da presidência de Bolsonaro, 570 crianças Yanomami morreram de doenças tratáveis, principalmente desnutrição, mas também malária, diarréia e malformações causadas pelo mercúrio usado por garimpeiros ilegais, informou a plataforma de notícias local Sumauma.

Na região Yanomami já foram detectados casos de desnutrição, malária, diarreia e malformações causadas pelo mercúrio utilizado pelos garimpeiros.  (REUTERS/Amanda Perobelli)
Na região Yanomami já foram detectados casos de desnutrição, malária, diarreia e malformações causadas pelo mercúrio utilizado pelos garimpeiros. (REUTERS/Amanda Perobelli)

Lula visitou um posto de saúde Yanomami no sábado em boa vistano Estado de Roraimaapós a publicação de fotos que mostravam crianças e idosos, homens e mulheres, tão magros que suas costelas eram visíveis.

“Mais do que uma crise humanitária, o que vi em Roraima foi um genocídio: um crime premeditado contra os Yanomami, cometido por um governo insensível ao sofrimento”, disse Lula no Twitter.

O governo anunciou que cestas básicas serão enviadas para a reserva onde vivem cerca de 26.000 Yanomami em uma região de floresta tropical e savana tropical do tamanho de Portugal.

A reserva foi invadida por garimpeiros ilegais por décadasmas as batidas se multiplicaram desde que Bolsonaro assumiu o cargo em 2018, prometendo permitir a mineração em terras anteriormente protegidas e se oferecendo para legalizar a atividade.

Lula visitou um posto de saúde Yanomami em Boa Vista no sábado.  (Reuters)
Lula visitou um posto de saúde Yanomami em Boa Vista no sábado. (Reuters)

Também há indícios de envolvimento do crime organizado. Em incidentes violentos recentes, homens em lanchas em rios dispararam armas automáticas contra povos indígenas cujas comunidades se opõem à entrada de garimpeiros.

Alguns garimpeiros começaram a sair por medo de operações policiais do governo Lula e parecem estar cruzando a fronteira com os vizinhos Guiana e Suriname, disse Estevão Senra, pesquisador do Instituto Socioambiental, ONG que defende os direitos indígenas. .

Lula disse que o novo governo acabar com a mineração ilegal de ouro enquanto reprime o desmatamento ilegal na Amazônia, que atingiu seu ponto mais alto em 15 anos sob o governo Bolsonaro.

“Devemos responsabilizar o governo anterior por permitir que essa situação se agravasse a ponto de encontrar adultos que pesam como crianças e crianças reduzidas a pele e ossos”, disse Sonia Guajajara, a primeira mulher indígena a ocupar o cargo de ministra, à frente de um novo gabinete Ministério dos Assuntos Indígenas.

(Com informações da Reuters)

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Joseph Salvage

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