Quem diria que quando Álvaro Bautista (Aruba.it Racing – Ducati) e a Ducati se separaram no final de 2019, voltariam a encontrar-se em 2022 e conquistariam dois títulos consecutivos. O piloto de Telavera de la Reina, de 38 anos, juntou-se ao clube exclusivo de pilotos que revalidaram o título e se tornaram bicampeões mundiais de SBK e, no seu caso, com a Ducati. Sua temporada tem sido notável e talvez preocupante para seus rivais.
OS RECORDES E AS VITÓRIAS: Bom começo de ano
Quando o calendário foi publicado e Phillip Island apareceu como primeiro teste, Bautista foi provavelmente o mais feliz. Depois de uma extravagante apresentação da equipe em Madonna di Campiglio, nas Dolomitas italianas e na qual soubemos que correria com o número 1 na carenagem de sua Ducati, ele iniciou #TheDefence na Austrália. Ele começou a temporada de forma brilhante com um trigêmeo retumbante, embora já tivéssemos visto esse filme antes, se voltarmos àquela estreia em 2019. Bautista começou em grande forma, enquanto seus rivais, Toprak Razgatlioglu (Pata Yamaha Prometeon WorldSBK) e Jonathan Rea (Kawasaki Racing Team WorldSBK) foi quem mais sofreu.
Bautista venceu 11 das 12 corridas seguintes. A única corrida que não venceu foi quando caiu na Superpole Race em Mandalika. Além disso, seu domínio era claro. Ele somou um hat-trick memorável em Barcelona e outro em Misano, a casa da Ducati. A sequência foi interrompida por Razgatlioglu na Donington Park Superpole Race, mas mesmo assim Bautista perseguia um recorde de 12 vitórias consecutivas, nunca antes alcançado no Mundial de Superbike. Quando o WorldSBK regressou a Imola, ele venceu a primeira corrida do fim de semana, vendo a sua vantagem aumentar para 98 pontos, a maior deste ano e a maior que alguma vez tinha alcançado num campeonato mundial.
BATALHE CONTRA SEUS RIVAIS: Jogando bem as cartas
No segundo semestre, inúmeras batalhas aconteceram, à medida que seus principais rivais se aprimoravam para mantê-lo afastado. A Imola Superpole Race provou ser um ponto de viragem, com Razgatlioglu a bater Bautista nas duas últimas voltas e Bautista a cair na primeira volta da Corrida 2, trazendo o turco de volta aos 25 pontos na geral. Toprak foi o segundo na corrida 1 no máximo, enquanto Bautista sofreu um problema na troca de pneus e conquistou mais pontos na corrida Superpole. Parecia que o turco também iria vencê-lo na corrida 2, mas uma falha no pneu traseiro o deixou fora da corrida e o espanhol conquistou a vitória.
Em Magny-Cours, Bautista sofreu um problema técnico na Corrida 1, com Razgatlioglu a conquistar novamente a vitória. No entanto, o espanhol conseguiu recuperar e terminar em décimo, para depois ser segundo e primeiro no domingo. Isso mostra a mentalidade de Bautista, sempre se recuperando de golpes e azares. Adotou então a mentalidade de ‘corrida a corrida’, pensando no campeonato, pois, apesar de querer vencer cada corrida, sempre respondia aos ataques de Toprak. Foi o que aconteceu em Aragão, onde, depois de uma queda na Corrida 1 quando liderava (e depois uma segunda queda na última volta quando estava nos pontos), conseguiu uma dobradinha sublime no domingo. Na Superpole ele esticou os cotovelos e na Corrida 2 venceu com facilidade.
O MOMENTO DA COROAÇÃO: Bautista, bicampeão
O local onde conquistou o título é curioso. Em 2019, Jerez foi o cenário onde começou a perder o título, embora, dois anos depois, na pista andaluza tenha alcançado o segundo e último pódio com a Honda. No final daquele ano, ele voltou à Ducati em um teste, dando início ao #TheReturn, enquanto em 2023 superou a pressão de Razgatlioglu para comemorar seu segundo Campeonato Mundial de SBK. Ele liderou a corrida do início ao fim, resistindo aos ataques de Toprak, distanciando-se e encantando a torcida na última volta. Pela primeira vez, Álvaro conquistou o título em casa.
SOMENTE PARA MEMBROS: Os recordes que você igualou e superou
Embora a lista completa de estatísticas de Bautista para 2023 seja divulgada posteriormente, estes são os destaques de uma temporada memorável. Ele igualou o recorde dele e de Rea de vitórias consecutivas com 11, ao mesmo tempo que igualou e superou Carl Fogarty em número de vitórias na Ducati, conquistando 55 e 56 em Portugal. Ele igualou e superou o recorde de vitórias em uma temporada, ultrapassando 17 e saindo da fasquia aos 25, tornando-se assim o primeiro piloto a conseguir 25 vitórias em uma única temporada. O formato de três corridas também não é decisivo, já que ele só conseguiu seis na Superpole Race, o que significa que, com as suas longas vitórias, teria ultrapassado as 17 de qualquer maneira.
Depois, há o orgulho de ser bicampeão mundial e revalidar o título. Jonathan Rea detém o recorde, com seis campeonatos mundiais consecutivos, mas não há muitos outros que o tenham alcançado. Carl Fogarty conseguiu isso duas vezes: 1994 e 1995, e novamente em 1998 e 1999. Fred Merkel em 1988 e 1989 e Doug Polen em 1991 e 1992 são os únicos outros dois pilotos que conseguiram isso. Troy Bayliss, Colin Edwards, Troy Corser, James Toseland e Max Biaggi são múltiplos campeões mundiais, mas nenhum deles manteve a coroa. Ele é o primeiro Campeão do Mundo de SBK a repetir o título da Ducati com o #1 desde “Foggy” em 1999, sendo assim a primeira vez desde então que a Ducati repete um campeonato mundial com o mesmo piloto (Casey Stoner não conseguiu fazê-lo no MotoGP™ Em 2008).
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