“Margarida Tengarrinha foi a protagonista da luta antifascista em Portugal”

QUALQUER O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, lamenta a morte da artista e escritora, Margarida Tengarrinha, de 95 anos, considerando que foi “uma protagonista fundamental da luta antifascista em Portugal”.

“Lamento pela morte de Margarida Tengarrinha, que foi protagonista fundamental da luta antifascista em Portugal e, depois do 25 de Abril, deputada à Assembleia da República”, escreveu Santos Silva, numa nota na rede social X ( anteriormente Twitter).

O presidente do parlamento apresentou as suas “sinceras condolências à sua família e ao Partido Comunista Português [PSP]”.

Recorde-se que Margarida Tengarrinha morreu, na quinta feira, aos 95 anos. A morte da artista e escritora foi confirmada no Notícias ao Minuto pelo PCP.

Posteriormente, o partido acabou por emitir uma nota, na qual manifestava “profundo pesar” pela morte do artista, tendo sido também revelado que o corpo de Margarida Tengarrinha estará numa câmara ardente na Casa Mortuária da Igreja do Colégio em Portimão, na terceira feira, dia 31 de outubro, a partir das 09h30. Pelas 12h30 partiremos para o crematório de Albufeira. A cremação acontecerá às 14h

Nascida em Portimão, em 1928, Margarida Tengarrinha foi militante e dirigente do PCP.

Esteve na Escola de Las Artes, em Lisboa, em 1948, onde iniciou a sua actividade política, através do Movimento de Unidade Democrática Juvenil (MUD). Manifestou-se pela saída de Portugal pela NATO e contra o auge da Aliança em 1952 na capital portuguesa, o que levaria à sua expulsão, no mesmo ano, da Escola de Las Artes.

Nessa altura se tornaria companheira e sertaneja de dois filmes, o artista plástico José Dias Coelho, e também se tornaria filiada ao Partido Comunista, aos 24 anos.

Tal como o PCP, Margarida Tengarrinha passou à clandestinidade no final de 1954. A sua primeira tarefa foi o início da sua formação, com José Dias Coelho no ‘”escritório’ de produção de documentos de identificação e outros necessários à intervenção clandestina do partido” ” .

Em 1962, após o assassinato de José Dias Coelho pela PIDE, Margarida Tengarrinha “foi para o exterior desempenhada funções na Rádio Portugal Livre. Em 1968 regressou a Portugal, tendo participado na edição do Avante! e do jornal A Terra”. Foi responsável pelas Organizações da Área Laboral da Organização do Norte e posteriormente de Lisboa.

Foi membro do Comité Central do PCP de Maio de 1974 a 1988.

Em 25 de abril de 1974 integrou a Direção da Organização Regional de Lisboa, a Comissão do Trabalho dos Pequenos e Médios Agricultores e a Comissão da Reforma Agrária.

Em 1979 e 1983 foi eleita para a Assembleia da República do Algarve. Em 1986 regressou a Portimão e integrou a Direcção da Organização Regional do Algarve do PCP.

Leia também: Marcelo evoca Margarida Tengarrinha, “principal figura contra a ditadura”

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Calvin Clayton

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