Brasília, 9 de junho (EFE).- O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, receberá na segunda-feira, em Brasília, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em encontro no qual pretende abordar tanto o setor acordo entre o Mercosul e a União Européia (UE), como a guerra na Ucrânia, entre outras questões.
No encontro no palácio presidencial do Planalto, serão aprofundadas as questões discutidas pelos dois dirigentes em conversa telefónica em fevereiro passado no quadro dos esforços do governo brasileiro para “retomar” as suas relações com a União Europeia, informou esta sexta-feira a Presidência em um comunicado.
Na referida conversa, Lula e Von der Leyen “reforçaram a possibilidade de associações econômicas entre o Brasil e a União Européia, e citaram a possibilidade de consolidação do acordo Mercosul-União Européia, bem como o interesse mútuo no combate ao desmatamento e às consequências da mudanças climáticas”, segundo a nota.
O encontro acontecerá no momento em que a UE aguarda as contrapropostas do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) ao instrumento de garantias ambientais proposto pelos europeus nas novas negociações do acordo comercial que ambos os blocos assinaram em 2019 e que está pendente de ratificação.
Enquanto a UE exige garantias de que não importará produtos do Mercosul que contribuam para o desmatamento ou as mudanças climáticas, alguns membros do Mercosul, como o Brasil, pedem para renegociar o que já foi acertado nas compras governamentais.
Segundo a Presidência, Lula também quer aproveitar o encontro para defender sua proposta de promover um acordo de paz na Ucrânia em meio a algumas divergências entre a UE e o Brasil.
O líder progressista brasileiro propõe a criação de um Grupo de Amigos neutro que tentará uma aproximação entre Rússia e Ucrânia, que incluiria China, Índia e Brasil, entre outros.
“As possibilidades de avançar nas tentativas de um possível acordo de paz entre Ucrânia e Rússia também serão abordadas na conversa de segunda-feira”, disse a Presidência brasileira.
A mediação de Lula foi inicialmente vista com desconfiança por alguns países europeus devido às declarações do líder brasileiro em que colocava em pé de igualdade os países invasores e os invadidos, mas o governo brasileiro os qualificou.
Na quarta-feira passada, o alto representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, afirmou que a rejeição do Brasil à invasão russa da Ucrânia tem ficado “muito clara” nas votações das Nações Unidas, embora tenha reconhecido que há “algumas posições’ em que ambas as partes discordam.
A Presidência lembrou em seu comunicado que, nos primeiros cinco meses de mandato, Lula já teve encontros bilaterais com importantes líderes da UE, como o primeiro-ministro de Portugal, António Costa; o Presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez; O presidente francês Emmanuel Macron e o chanceler federal alemão Olaf Scholz.
Van der Leyen estará no Brasil na segunda-feira para sua primeira parada em uma turnê de quatro dias que também se reunirá com os presidentes da Argentina, Chile e México.
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