Por Anthony Boadle
BRASÍLIA, 24 de abril (Reuters) – Alessandra Korap Munduruku, que liderou uma campanha que obrigou grandes corporações de mineração a respeitar o território indígena de seu povo na floresta amazônica brasileira, recebeu o Prêmio Ambiental Goldman.
A ativista está entre os seis vencedores de 2023 de diferentes partes do mundo em reconhecimento por suas conquistas e liderança ambiental no terreno concedido pela Goldman Foundation, com sede em San Francisco.
Em maio de 2021, Anglo American (LON:AAL) concordou em retirar 27 pedidos de exploração de mineração em terras indígenas, segundo a fundação, incluindo o território do sawré muybu – do qual Alessandra Munduruku é nativa – uma área de 1.600 quilômetros quadrados na selva de rio Tapajós.
“O prêmio reconhece nossa luta e diz ao mundo ‘Aqui estamos’. As empresas multinacionais não podem entrar sem consultar os povos indígenas”, disse ele à Reuters por telefone.
A Anglo American não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
A Fundação Goldman afirmou que a empresa disse ao governo brasileiro na época que desistiria dos pedidos de prospecção devido a preocupações levantadas pelas comunidades indígenas.
“A campanha bem-sucedida de Alessandra representa uma mudança significativa na responsabilidade do setor privado em relação à mineração destrutiva no Brasil em meio a uma intensa pressão do governo pela extração na Amazônia”, disse a fundação em comunicado.
Após a decisão da Anglo American, outras grandes mineradoras anunciaram que também retirariam as licenças de prospecção em terras indígenas no Brasil, disse a fundação, fato corroborado pelo grupo de lobby brasileiro Ibram.
O território dos Sawré Muybu continua ameaçado por mineradoras porque ainda não foi formalmente reconhecido como reserva indígena. Alessandra pediu ao governo de esquerda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que processe o reconhecimento com urgência.
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Alessandra, 38, disse que usará o dinheiro do prêmio para terminar seus estudos universitários e se tornar advogada.
(Reportagem de Anthony Boadle. Edição em espanhol de Marion Giraldo)
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