HAIA, 13 Mar (Reuters) – Consumidores holandeses estocaram papel higiênico, macarrão e enlatados nesta sexta-feira, à medida que as preocupações com o surto de coronavírus se espalham um dia depois que o governo impôs restrições para conter a doença.

As prateleiras dos supermercados nas principais cidades holandesas estavam esvaziando rapidamente horas depois que o primeiro-ministro holandês disse que “não havia necessidade” de comprar mantimentos extras.

Na quinta-feira, o governo anunciou a proibição de reuniões de mais de 100 pessoas, disse às empresas que incentivassem os funcionários a trabalhar em casa e disse que qualquer pessoa com sintomas de gripe deveria ficar em casa.

Foram as medidas de maior alcance até agora na Holanda, onde o número de novas infecções por coronavírus registradas na sexta-feira chegou a 804, com 10 mortes.

“Nunca vi nada assim”, disse o caixa de um supermercado em Amsterdã. “Mesmo durante as férias de Natal nunca vi tanta gente com carrinhos de compras cheios.”

Nas últimas semanas, a Holanda registrou um leve aumento na venda de produtos de higiene, sopas e outros alimentos não perecíveis, mas a medida do governo foi recebida com pânico.

As pessoas também compravam produtos de limpeza, paracetamol, farinha e desinfetantes para as mãos, que estavam esgotando.

“Eles simplesmente tiraram o papel higiênico do meu carrinho e vi um cliente pegar 12 sacos de farinha”, disse um jovem de 16 anos que estocava as prateleiras de um supermercado em Utrecht.

Fotos de prateleiras vazias e carrinhos transbordando estavam sendo compartilhadas nas mídias sociais holandesas sob a hashtag “hamsteren” ou “acumulação”.

“Há comida suficiente e você pode fazer compras como de costume todos os dias”, disse Marc Jansen, da Associação Holandesa de Varejo de Alimentos CBL, ao NOS News. Ele disse que não há escassez de alimentos e os supermercados estão sendo reabastecidos como de costume. (Reportagem de Stephanie van den Berg em Haia e Anthony Deutsch em Amsterdã; Edição de Giles Elgood)