HAVANA (Reuters) – O grupo guerrilheiro colombiano FARC disse nesta quarta-feira que matou oito soldados enquanto se defendia de ataques, acusando o governo de ser “mau” por rejeitar uma trégua apesar de negociar um acordo de paz.
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que declararam um cessar-fogo unilateral por tempo indeterminado, disseram em comunicado que foram alvo de bombardeios, metralhadoras e morteiros em várias áreas do país.
“Como resultado da resposta defensiva, lamentamos que oito soldados tenham perdido suas vidas desnecessariamente”, disse o grupo rebelde. “Todas as baixas são mortes e ferimentos que poderiam ter sido evitados se o governo tivesse assumido uma atitude menos mesquinha e racional.”
As conversações de paz entre o governo de Juan Manuel Santos e as FARC avançaram mais em dois anos do que todos os esforços anteriores para superar um conflito armado de meio século que deixou mais de 200.000 mortos e milhões de deslocados.
Os guerrilheiros pediram na quarta-feira ao governo de Santos que pare com “ações insanas” que poderiam “rareificar” o clima de confiança nas negociações de paz em Havana.
Mas até agora, Santos se recusou a aderir a um cessar-fogo bilateral porque garante que a situação poderia ser usada pela guerrilha para se fortalecer militarmente e atrasar as negociações.
Em Cuba, os partidos chegaram a acordos para dar acesso à terra aos camponeses pobres, facilitar a transformação da guerrilha em partido político e combater o narcotráfico.
No entanto, questões complexas como a indenização às vítimas, o fim do conflito e a aprovação cidadã de eventuais acordos ainda estão pendentes.
Reportagem de Rosa Tânia Valdés
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