Ezentis vai ser dividida em duas e consegue alívio da dívida de 80% | Economia

A Ezentis chegou a um acordo com os seus principais credores para manter a atividade. O grupo vocacionado para a instalação e manutenção de infraestruturas de telecomunicações, convocou uma assembleia geral extraordinária para o dia 21 de abril com o objetivo de aprovar este acordo. O plano de reestruturação implica o levantamento de 80% da sua dívida, que ascende a 167 milhões de euros, junto dos seus credores, entre os quais o Instituto Oficial de Crédito (ICO), Muzinich, BBVA, Banco Pichincha, Banco Santander, Caixabank e EBN. Além disso, será proposta uma redução de capital de 139 milhões de euros para equilibrar a situação patrimonial do grupo.

Para garantir sua viabilidade, o grupo será dividido em duas novas empresas. O principal, denominado Ezentis Soluciones Tecnológicas e Ingeniería, será o negócio tecnológico mais rentável (tendo a Telefónica como principal cliente), e será detido a 100% pelo Grupo Ezentis. A outra empresa, a Ratia Investments, vai agrupar os ativos da atual Ezentis Field Factory e da Ezentis Redes Portugal, que vai capitalizar os 16 milhões de euros de dívida intercalar concedida pela Insyte Instalaciones e Excelsior Times – a holding José Elias, que também controla a Audax e La Mermaid – e outros cinco milhões em financiamento adicional. Estará vocacionada para o negócio das telecomunicações e será detida em 42,5% pela Insyte Instalaciones; em 32,5% do Excelsior Times, enquanto o banco -incluindo o ICO- ficará com 20%, e os acionistas do Grupo Ezentis deterão 5%, segundo o comunicado enviado nesta sexta-feira à CNMV.

Nova lei de falências

O acordo entre a Ezentis e seus credores é uma das primeiras aplicações da nova lei de falências e já foi registrado na Seção 1 do Tribunal Mercantil de Sevilha. O grupo anunciou em 1º de setembro que havia concordado em entrar com uma pré-falência devido às tensões de tesouraria que a empresa vinha sofrendo nos últimos meses e depois que a Sociedad Estatal de Participaciones Industriales (SEPI) negou um resgate de 70 milhões.

Além de apresentar a pré-falência, a empresa comunicou ao tribunal competente a abertura de negociações com os credores para obter a adesão a uma proposta de acordo antecipado ou para chegar a um acordo de refinanciamento.

Em novembro, a empresa, que está suspensa desde 2 de dezembro, apresentou a abertura de negociações com os credores do grupo para chegar a um plano de reestruturação de acordo com o disposto no texto alterado da Lei de Falências, que entrou em vigor em setembro 26, com condições diferentes das de um acordo de refinanciamento como o apresentado em setembro, que foi ultrapassado. Posteriormente, a Ezentis concordou em aproveitar uma prorrogação de três meses para continuar negociando com os credores.

Em 2022, a empresa obteve receitas de 167,6 milhões de euros, que foram reduzidas face a 2021 principalmente devido à cessação da atividade em subsidiárias como Chile, Brasil e Peru, além da descontinuação de contratos não rentáveis. A Ezentis perdeu 60,5 milhões durante o ano, afetada por amortizações e provisões (-26,5 milhões), resultados não recorrentes (-15,8 milhões) e imparidade de ativos por impostos diferidos (-7,2 milhões).

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Eloise Schuman

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