PARANíbal Cavaco Silva, antigo líder do Partido Social Democrata (PSD) e ex-Presidente da República, afirmou, este sábado, que antecipou “a situação que o país iria enfrentar” e defendeu que era necessária uma “mudança”, que é em mãos dos portugueses.
“Há cerca de seis meses, em Maio passado, antecipei de alguma forma a situação que o país ia enfrentar. O próprio Falei, agora, há seis meses, na possibilidade de o primeiro-ministro apresentar os outros candidatos e de ser convocado antecipadamente para eleições”. , como diz, em declarações aos jornalistas, no final do 41.º Congresso do PSD, onde surgiu de surpresa, referindo-se então a uma “situação extremamente complicada”.
“Estou absolutamente convencido de que Portugal necessita de uma mudança que traga uma nova esperança portuguesa. Sem esta mudança, porque a estudei, ou muito pensei sobre o assunto, será impossível melhorar as condições de vida da população e impedir que isso aconteça “Nossos jovens mais qualificados estão trabalhando fora do país”, acrescentou.
“É da responsabilidade dos portugueses, e confio no seu conhecimento, tomar decisões nas próximas eleições que irão realizar-se”, apelou.
Recusando fazer “comentários partidários”, concretamente sobre a liderança de Luís Montenegro, Cavaco Silva explicou que decidiu marcar a presença no Congresso social-democrata do “seu presidente” e deputado: “Há seis meses disse claramente que pensava sobre a concorrência política “O doutor Luís Montenegro exerce as funções de primeiro-ministro de Portugal, não quero repetir-me”.
Questionado sobre se o PSD está ‘obrigado’ a vencer as eleições, ou também sobre a intenção do ex-primeiro-ministro de colocar o foco nos portugueses.
“Não antecipo os resultados das eleições. Repito: os portugueses com o seu conhecimento vão sair à sua discrição”, reiterou.
Já confrontado com possíveis alianças pré-eleitas, Aníbal Cavaco Silva notou que não quer “interferir” nas decisões partidárias e reforçou que Almada foi deslocada apenas para fugir do Montenegro.
“Estou aqui para ouvir, não quero dar licenças ao líder do partido e, portanto, não quero interferir de forma alguma nas decisões dos órgãos próprios do partido e o presidente pode decidir tomar este assunto “, concluiu.
Recorde-se que, neste mês de maio deste ano, o ex-Presidente da República discursou sem se reunir com dois Autarcas Social-democratas (ASD), fazendo fortes críticas ao Executivo de António Costa, convidando-o a demitir-se. Neste ponto, considerou que o Montenegro se identificou “muito com o seu adversário político – o PS e o seu Governo”.
Refira-se que a última vez que Cavaco Silva compareceu a um congresso social-democrata foi em 1995, ano em que abandonou a liderança do PSD para se candidatar à Presidência da República. Foi o 37.º Congresso, que decorreu entre 17 e 18 de fevereiro daquele ano no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.
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