Dina Boluarte respondeu a 50 perguntas do Ministério Público relacionadas com o alegado encobrimento do seu irmão Nicanor

Dina Boluarte chega ao Ministério Público (Canal N)

Poucas horas depois de a queixa constitucional contra ele ter sido apresentada ao Congressoo presidente Dina Boluarte Ele compareceu à Procuradoria-Geral da República para prestar depoimento na última das quatro investigações em que está incluído. Isto corresponde ao caso do suposto encobrimento de seu irmão Nicanor Boluarte, atualmente acusado de liderar uma rede criminosa no caso de prefeitos e subprefeitos; em que é apontada como instigadora do crime de encobrimento da desativação da equipe policial que apoiou o EFICCOP.

A audiência para este procedimento perante o Procurador-Geral da República, Juan Carlos Villena Campana, estava marcada para Nesta terça-feira, 28 de maio, às 9he durante um período de três horas, o presidente respondeu a perguntas relacionadas ao caso da desativação da Equipe que foi inicialmente liderada pelo Coronel Harvey Colchado e depois foi liderada pelo Coronel Franco Moreno, até antes de ser dissolvida.

O motivo desta dissolução, segundo o ex-ministro do Interior Walter Ortiz, principal réu no caso de encobrimento Nicanor Boluarte, Baseia-se na alegada existência de uma duplicação de funções entre a própria DIVIAC e a Equipa Especial de Apoio Policial. EFICCOPPorém, desde semanas anteriores, já havia esforços da Inspetoria-Geral para saber detalhes sobre as investigações contra o irmão do presidente.

Juan Carlos Portugaladvogado do presidente Dina Boluarte, informou que o presidente respondeu a um total de 50 perguntas feitas pelo Ministério Público sobre o caso Equipe Especial do Ministério Público contra a Corrupção no Poder (Eficcop)A presidente não invocou o seu direito de permanecer calada durante esta audiência, que contou com a presença de quatro procuradores, que considerou “incomum”.

“Quatro promotores estavam presentes. O Procurador da Nação (Juan Carlos) Villena, o Procurador (Rafael) Vela e outros dois. “Considero isto inusitado”, disse Portugal e afirmou que Boluarte mostrou total disponibilidade para colaborar com o Gabinete do procurador“O presidente exigiu que eu manifestasse à mídia minha disposição de comparecer”, disse ele em declarações à imprensa em frente ao Palácio do Governo, após a reunião fiscal.

O advogado também chamou a atenção para o vazamento de informações do processo, que solicitou não divulgadas. Sublinhou que, apesar das tentativas de manter a confidencialidade, alguns detalhes foram tornados públicos e solicitou medidas para evitar que tal aconteça novamente.

Juan Carlos Portugal, advogado de Dina Boluarte, disse que o presidente respondeu a todas as perguntas. | Canal N

O advogado explicou que muitas das perguntas centraram-se nas funções de Boluarte como presidente, no Ministério do Interior e em pessoas específicas cujos nomes não revelou. Comentou também que as visitas do presidente a diversas pessoas, inclusive indivíduos da inteligência, são públicas e não são realizadas em segredo.

“O presidente visita muitas pessoas, inclusive pessoal da inteligência. Haveria preocupação se estas visitas fossem ocultadas, mas fossem públicas”, esclareceu Portugal noutro dos seus comentários à comunicação social. Em relação a um suposto encontro com Wilfredo OscorinaPortugal evitou mencioná-lo diretamente e reiterou que as visitas do presidente são transparentes.

Durante o interrogatório, o advogado de Boluarte relatou que o presidente evitou responder sobre o assunto Acolchoado Harvey e negou ter influenciado na desativação da equipe policial que dava suporte ao Eficcop. Portugal destacou que as questões colocadas tinham uma nuance política e sublinhou que não estava descartada a possibilidade de um novo procedimento.

“É um respeito pela instituição”, afirmou o porta-voz jurídico de Dina Boluarte ao referir-se à disponibilidade do presidente em responder à convocação do Gabinete do procuradorEle também acrescentou que a pesquisa é essencial se o objetivo for investigar objetivamente e não com o propósito de perseguição.

Por fim, o advogado destacou que Dina Boluarte Ele está no cargo para governar e não para cometer crimes. “O presidente está aí para governar e não para cometer crimes”, sublinhou.

A suspensão de Harvey Colchado seria plano de uma organização criminosa, segundo o Ministério Público. Foto: Composição Infobae

Conforme relatado anteriormente detalhado por policiais e testemunhas relacionadas ao caso como Carlos Morán Walter Lozano Pajuelo e o mesmo chefe da Equipe Especial Policial de Apoio à Equipe Especial de Promotores Contra a Corrupção no Poder (EFICCOP); Franco Moreno.

O mais forte dos depoimentos incriminatórios é o deste último, que teve uma reunião direta com a presidente Dina Boluarte poucos dias antes de o ex-ministro Walter Ortiz desativar esse grupo dentro da DIVIAC. Na ocasião, Morán detalhou para a jornalista Doris Aguirre a conversa mantida entre Dina Boluarte e Moreno na referida reunião, na qual o mesmo chefe de Estado passou a ameaçá-lo, dizendo-lhe que “é preciso ter cuidado com o que se faz”.

Dina Boluarte (DB): “Por que não colocou o coronel Harvey Colchado à disposição da Diretoria de Recursos Humanos (da Polícia Nacional)?”

Franco Moreno Panta (FM): “Não é meu trabalho, Senhora Presidente”

BD: “Qual é a função do Diviac? Quem gerencia a caixa registradora da Diviac?”

* Após esta consulta, Moreno Panta, que assumiu a coordenação da Equipe Especial de Apoio à EFICCOP após a suspensão de Harvey Colchado do cargo, explicou detalhadamente todas as funções que o grupo de policiais desempenhava em favor do grupo do qual Marita Barreto é o coordenador.

BD: “E quem administra o dinheiro da inteligência? “É o dinheiro do povo, coronel!” (…) “E como funciona o Eficcop?”

Segundo a reportagem, Moreno Panta acreditava que em breve o presidente se consultaria sobre o caso Nicanor Boluarte; Em vez disso, o presidente optou por se informar sobre as investigações que a Equipa liderada por Marita Barreto tem em geral.

FM: “Diviac e Eficcop são diferentes

BD: “E quais investigações a Eficcop realiza?”

FM: “Não posso dizer-lhe, Senhora Presidente, porque são casos reservados.”

BD: “O que você acha da invasão à minha casa?”

FM: “Bom, há rusgas em que a Polícia Nacional usa a força e há outras com detenções”

Banco de dados: “Ah, então você queria que eu fosse preso!”

FM: “Eu não disse isso, senhora presidente. O que eu quero lhe dizer é que há batidas para apreender documentação relacionada à investigação e outras prisões. Quero que você entenda o trabalho.”

Embora essa conversa seja de conhecimento da mídia, perante o Ministério Público, essas conversas não teriam sido detalhadas; já que Moreno é o único das quatro testemunhas que não teria se apresentado para o depoimento da Procuradoria Geral da República; conforme detalhou o advogado do chefe de Estado em entrevista a este meio.

Juan Carlos Portugal é o novo advogado da Presidente Dina Boluarte. Ele se autodenomina porta-voz dela e explica que o caso Rolex não estará sujeito a acusações constitucionais. (Paula Elizalde/Infobae Peru)

Da defesa do presidente Dina Boluarteo advogado Juan Carlos Portugal, manifestou o seu aborrecimento com os constantes vazamentos que os casos do presidente sofrem no Ministério Público. Como consequência, fez um sério alerta que poderia prejudicar o andamento das investigações: que não voltaria a depor caso houvesse vazamentos adicionais.

“O presidente, mesmo com outra defesa, ficou cinco horas conversando. Trinta minutos depois, a informação vaza. Então ninguém vai testemunhar. Assim como as fontes jornalísticas e as perguntas confortáveis ​​ou incômodas, o sigilo e a confidencialidade da investigação devem ser respeitados. Já disse à presidente: se ela levar ao ar sua comunicação a partir de terça-feira, nunca mais testemunhará, por decisão minha”, afirmou com exclusividade para este meio.

Calvin Clayton

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