O vice-chanceler afirmou que parlamentares da Espanha e do Chile entraram na Bolívia como turistas, mas não tiveram o aval de observadores em seus países.
La Paz, 4 de janeiro de 2023 (ANF).-
Víctor Gonzales, deputado do partido Vox da Espanha, denunciou através de seu Twitter que foi expulso e não tem entrada no país. O parlamentar chegou à Bolívia após a prisão do governador de Santa Cruz, Luis Fernando Camacho; Ele criticou a ação da polícia, junto com seu colega do Chile.
“#Bolívia, já sentado dentro do avião, dois agentes me informaram muito corretamente que fui expulso da Bolívia. #Cuba, #Nicarágua e agora #Bolívia são os países que me negam a entrada. Se ajuda @LuchoXBolivia ter misericórdia de @LuisFerCmachoV, seja bem-vindo”, disse em seu Tweet.
O documento que recebeu, quando já estava de regresso a Espanha, refere ainda que tem um prazo de três dias para recorrer da decisão, sob pena de ser expulso do país por três anos.
“O Sr. VÍCTOR GUIDO GONZÁLES COELLO DE PORTUGAL, de nacionalidade ESPANHOLA com Tipo de Documento PASSAPORTE CORRENTE OU ORDINÁRIO com documento n.º PAI325128, é notificado que se encontra sujeito a saída obrigatória no âmbito do disposto na Resolução Administrativa de Saída Obrigatória n. SCD-1/23”, lê-se no documento.
Da mesma forma, é concedido o “prazo de três dias úteis determinado no inciso I do artigo 32 do Decreto Supremo nº 1.923, para interposição do correspondente Recurso de Revogação, caso o referido recurso não seja interposto no prazo indicado, a Direção-Geral de Migração prossiga para executar a saída obrigatória.
O parlamentar espanhol, juntamente com Luis Fernando Sánchez, do Partido Republicano Chileno, denunciou ao comandante da Polícia de Santa Cruz sobre as ações violentas que foram realizadas contra a população de Santa Cruz durante os protestos em defesa do governador Camacho.
Os representantes internacionais chegaram ao Comando Departamental da Polícia de Santa Cruz na companhia do presidente do Comitê para Santa Cruz, Rómulo Calvo, momento em que constataram perante a mídia o uso excessivo da força contra os manifestantes.
“Que, após análise das informações geradas, pode-se constatar que as declarações e publicações feitas nas redes sociais pelo Sr. Víctor Guido Gonzáles Coello de Portugal alteram a ordem pública, incitando o confronto entre os cidadãos, ações que dariam ensejo à aplicação do saída obrigatória”, continua em outra parte do documento.
Além disso, questionam suas “declarações e publicações nas quais faz propaganda política desacreditadora contra o atual governo do Estado Plurinacional da Bolívia e onde podem ser evidenciados termos desqualificantes, apontando que há presos políticos no Estado Plurinacional da Bolívia”.
O vice-ministro de Comércio Exterior e Integração, Benjamín Blanco, acusou-os dias atrás de incorrer em uma “interferência” inaceitável nos assuntos internos, lembrando que o artigo 2.7 da Carta da Organização das Nações Unidas estabelece que nenhum país está autorizado a intervir em assuntos que estão claramente sob a jurisdição dos Estados.
Os legisladores estrangeiros também tentaram visitar Camacho na prisão de Chonchocoro, mas não conseguiram esse objetivo.
O vice-chanceler, Freddy Mamani, informou esta quarta-feira que os legisladores entraram no país como turistas, mas que não tiveram a representação ou autorização dos seus congressos. Ele destacou que eles denunciaram seus governos porque assumiram um “papel político” em relação aos assuntos internos do país.
/LV/NVG/
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