Ele recebeu um certificado emitido pelo Guinness, franquia internacional que contabiliza e valida todos os tipos de recordes. A Federação Portuguesa de Futebol deu-lhe ainda uma camisola com um número que registava a inscrição. Cristiano Ronaldo chegou aos 200 jogos pela seleção da Islândia. Ninguém conseguiu completar essa trajetória. A torcida foi fácil por apenas um minuto antes que a bola começasse a rolar. Depois, num jogo mau, Portugal teve de esperar até ao minuto 90 para marcar o golo da vitória. Ele carregava, é claro, a assinatura do mito. 123 tem estado com a equipa, que após quatro jornadas das dez agendadas, lidera o seu grupo de apuramento para a Eurocopa depois de somar uma série de vitórias.
CR7 destacou-se com um golo que teve suspense porque a arbitragem de vídeo demorou três minutos a validá-lo devido a uma posição duvidosa do defesa-central Gonçalo Inácio, que baixou a bola de cabeça para a estrela disparar o golo da vitória. “Não se pode pedir mais”, resumiu Cristiano no final do jogo. “Tudo teve um sabor especial, a homenagem aos 200 jogos, a surpresa da Federação e, obviamente, também a do Guinness. Não foi um bom jogo, mas você nunca pode jogar do jeito que quer.”
Roberto Martínez, o treinador, alertou que as qualificações são conquistadas em jogos como o que a Islândia levantou, que nem sequer fica a sombra da seleção que surpreendeu o mundo no final da década passada. “Foi uma luta, uma guerra contra um rival que se trancou para nos esperar. Mas acreditamos na vitória até o fim e agora estamos com sorte”, explicou Cristiano, que quando o VAR validou seu gol correu radiante para a bandeira do escanteio onde a torcida portuguesa se aglomerava em Reykjavik. O sol ártico da meia-noite tingia toda a cena. “Foi uma história perfeita, uma celebração única. É um exemplo de esforço, dedicação e talento”, avaliou o treinador do Sabadell, primeiro português nascido em Espanha, satisfeito por viver uma grande noite com o futebolista mais emblemático da sua equipa. “Não foi fácil, mas o grupo mostra grande união, há jogadores com mais de 70 jogos nas pernas, mas a atitude e responsabilidade levaram-nos à vitória”.
Cristiano aponta para o próximo Europeu, ao qual chegaria aos 39 anos. Roberto Martínez parece não falar do seu papel na equipa, embora nesta janela de jogos fique a dúvida do que teria acontecido se Gonçalo Ramos não se tivesse lesionado, o avançado do Benfica que deixou o árabe Al-Nassr no banco no última Copa do Mundo. Cristiano ultrapassou o kuwaitiano Al-Mutawa em março passado como o jogador com mais internacionalizações em seleções seniores. Aos 196 está o futebolista asiático, que fez o último jogo em junho do ano passado e é do mesmo quinto de Cristiano, o de 1985. Dos ativos, apenas o omani Al-Mahijri, com 183 jogos, e o mexicano Andrés Guardado , com 181, está perto da estrela portuguesa. Lionel Messi, dois anos e meio mais novo que Cristiano, tem 175 anos.
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